informações do Agora (SP) e Agência Brasil - O governo federal anunciou ontem uma série de medidas de estimulo à economia.
Uma delas prevê que cerca de metade do lucro do FGTS apurado após
todas as despesas do fundo, inclusive com habitação, será incorporado
anualmente nas contas dos trabalhadores.
Hoje, a grana depositada no FGTS tem rendimento anual de 3% mais TR (Taxa Referencial).
Segundo o ministro do planejamento, Dyogo Oliveira, a nova
remuneração total paga ao trabalhador vai depender do resultado anual do
fundo, mas o governo estima que o novo rendimento ficará mais próximo
da poupança, de 5% a 6% ao ano mais a TR.
Segundo o economista José Dutra Vieira Sobrinho, para um trabalhador
com salário de R$ 5.000, a diferença no FGTS ao final de um ano será de
R$ 77,80 a mais. Confira oque muda com as medidas anunciadas pelo
Governo Federal:
Regularização de dívidas
O Programa de Regularização Tributária permitirá parcelar débitos de
pessoas físicas e jurídicas vencidos até 30 de novembro de 2016. Será
possível, ainda, a quitação de dívidas previdenciárias com créditos de
qualquer tributo administrado pela Receita Federal e uso de créditos de
prejuízos fiscais.
Multa do FGTS
Por meio de um projeto de lei complementar, o governo quer eliminar a
multa, hoje em 10% sobre o saldo do FGTS, cobrada nos casos de demissão
sem justa causa. O objetivo é reduzir um ponto percentual por ano,
durante dez anos. Ao anunciar a medida, o presidente Michel Temer
defendeu que os valores não são repassados aos trabalhadores e disse que
a multa “naturalmente onera os empresários”.
Distribuição do resultado do FGTS
Haverá uma distribuição de metade do resultado líquido do fundo para
as contas dos trabalhadores. O cálculo será apurado após todas as
despesas, inclusive com subsídio para habitação. Segundo o ministro do
Planejamento, Dyogo Oliveira, o objetivo é ampliar a remuneração dos
valores depositados em pelo menos dois pontos percentuais, fazendo com
que o rendimento fique mais semelhante ao que o trabalhador teria se
depositasse o dinheiro na poupança.
Desburocratização
O governo anunciou uma simplificação do pagamento de obrigações
trabalhistas. Será estendido às empresas o eSocial, sistema que
simplifica a quitação de obrigações trabalhistas e previdenciárias dos
empregados domésticos. A versão para empresas entrará em fase de teste
em julho de 2017. O sistema será obrigatório para grandes empresas em
janeiro e para as demais em julho de 2018.
Crédito
Pessoas jurídicas com faturamento anual de até R$ 300 milhões poderão
ser consideradas micro, pequenas e médias empresas para ter acesso ao
crédito, segundo esse quesito, junto ao Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Microcrédito produtivo
Ampliação do limite de enquadramento no programa de microcrédito
produtivo de R$ 120 mil para R$ 200 mil de faturamento por ano. Além
disso, o governo pretende alterar regras operacionais para facilitar
concessão e acompanhamento do crédito. Também vai ampliar o limite de
endividamento total de endividamento de R$40 mil para R$ 87 mil.
Crédito imobiliário
Regulamentação da Letra Imobiliária Garantida, instrumento de
captação para o crédito imobiliário, a fim de ampliar a oferta no longo
prazo para a construção civil. A regulamentação será por resolução do
Conselho Monetário Nacional (CMN).
Redução do spread
O spread é a diferença entre o que os bancos pagam para captar
recursos e o que cobram para emprestá-los. Para reduzi-lo e estimular o
crédito, o governo pretende criar um sistema eletrônico de duplicatas.
Por meio de uma medida provisória, será criada uma central de registro
de duplicatas emitidas pelas empresas e de recebíveis do cartão de
crédito.
Cadastro Positivo
Como o cadastro positivo teve baixa adesão em função da burocracia, a
inclusão do consumidor passará a ser automática e a exclusão dependerá
de manifestação. A mudança será implementada por meio de medida
provisória.
Redução dos juros do cartão de crédito
Também via medida provisória, o governo pretende permitir a
diferenciação de preço entre as formas de pagamento: dinheiro, boleto,
cartão de crédito e débito. Com isso, espera estimular a competição
entre as diferentes modalidades e contribuir para a redução dos juros do
cartão de crédito.
Lojista
Via medida provisória, será reduzido o prazo que o lojista leva para
receber o valor de um bem pago com cartão de crédito. Hoje, o
comerciante leva em média 30 dias para receber o pagamento, o que
segundo a equipe econômica do governo se reflete no aumento dos juros do
cartão. Outra medida com impacto no comércio é a universalização das
máquinas de cobrança nos estabelecimentos comerciais, que serão
compatíveis com todas as bandeiras de cartões de crédito, impedindo a
exclusividade. O prazo de implementação da medida, já determinada
anteriormente pelo Banco Central, é até 24 de março de 2017.
ICMS
Os formulários de declaração do Imposto sobre a Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS), cobrado pelos estados, serão incluídos no
Sistema Público de Escrituração Contábil (SPED), simplificando a
operação. Em julho, o layout de escrituração simplificada estará
disponível. O projeto-piloto passará a ser aplicado em dezembro de 2017.
Nota Fiscal de Serviços Eletrônica
O governo pretende estender a nota fiscal eletrônica para a prestação
de serviços a todos os municípios. Até o fim do próximo ano, um
projeto-piloto será aplicado em cinco cidades: Belo Horizonte, Porto
Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro e Marabá (PA). Em 2018, o sistema será
estendido a todos os municípios.
Rapidez na restituição e compensação de tributos
Simplificação dos procedimentos de restituição e compensação dos
tributos administrados pela Receita Federal, inclusive a compensação
entre a contribuição previdenciária. Até junho, o governo pretende
acelerar o ressarcimento das contribuições previdenciárias. Para os
demais tributos, os novos procedimentos entrarão em vigor em dezembro de
2017.
Abertura e fechamento de empresas
Simplificação do processo de registro e de fechamento de empresas por
meio da criação de uma rede nacional que integrará o Cadastro Nacional
da Pessoa Jurídica (CNPJ) com todos os órgãos de registros e
licenciamento.
Registro de imóveis
Unificação do registro de imóveis, títulos e documentos por meio do
Sistema Nacional de Gestão de Informações Territoriais (Sinter). O
cadastro unificado entrará em vigor em junho para os imóveis rurais. Até
dezembro, os cartórios de registros serão integrados.
Comércio exterior
Expansão do portal único de comércio exterior, com a consolidação, em
um único ponto de entrada, do encaminhamento de todos os documentos e
dados exigidos nas operações. A meta é reduzir em 40% o tempo para
procedimentos de importação e exportação. A unificação dos formulários
entrará em vigor em março para as exportações e em dezembro para as
importações.
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