Corpo será cremado, neste sábado, no Rio
Villas-Bôas Corrêa era o mais antigo jornalista político do país e morreu na noite desta quinta-feira (15) por falência múltipla de órgãos.
O corpo do jornalista Luiz Antônio Villas Bôas Corrêa, de 93 anos, vai
ser velado neste sábado (17), no Memorial do Carmo, no Caju, na Zona
Portuária do Rio. O velório começa às 10h e o corpo do jornalista vai
ser cremado às 13 horas.
Villas-Bôas Corrêa é o mais antigo jornalista político do país e morreu
na noite desta quinta-feira (15) por falência múltipla de órgãos. Ele
estava internado havia uma semana no hospital São Lucas, em Copacabana,
no Rio, com problemas respiratórios. As informações foram confirmadas
por uma amiga da família.
Villas Bôas tinha 93 anos, era viúvo e deixa dois filhos, três netos e
três bisnetos. Ele será cremado, mas ainda não há informações sobre o
dia.
Villas-Bôas Corrêa nasceu em 2 de dezembro de 1923, no bairro da
Tijuca, no Rio de Janeiro. Sua trajetória começou em 1948, no extinto
jornal A Notícia, escrevendo pequenas notas. Ao lado do fotógrafo José
Rodrigues, naquela época, Villas-Bôas cobria diversas pautas por dia,
inclusive policiais. Villas-Bôas também trabalhou no Diário de Notícias,
jornal O Dia, Jornal do Brasil, O Estado de S. Paulo – onde passou 23
anos na sucursal do Rio de Janeiro –, Rádio Nacional. Villas-Bôas
trabalhou boa parte de sua vida no Jornal do Brasil, foram 30 anos
dedicados ao jornal. A última coluna dele no Jornal Brasil foi em agosto
de 2011, a Coisas de Política.
O jornalista também foi comentarista político da TV Bandeirantes e da
extinta TV Manchete. Um comentarista de estilo elegante, sofisticado e
profundo. Ao longo de todos estes anos, ele acompanhou de perto os
principais fatos políticos do país, como a transferência da capital para
Brasília, o golpe de 1964, a ditadura militar, a anistia, as Diretas
Já. Um analista privilegiado de momentos marcantes da história do país.
Aos 85 anos, o analista político se autodefiniu como o “último
sobrevivente da geração que cunhou o modelo de reportagem política que
ainda hoje se pratica”.
O jornalista tem dois livros de memórias publicados: "Casos da fazenda
do Retiro (2001)" e "Conversa com a Memória: a História de meio século
de jornalismo público (2002)", a autobiografia de um repórter político.
Villas-Bôas Corrêa entrou na Faculdade Nacional de Direito em 1943,
onde presidiu o centro acadêmico. Foi na faculdade que desenvolveu seu
perfil de analista político, o mais antigo do país. Se formou em 1947,
quando já era funcionário público do Serviço de Alimentação da
Previdência Social (Saps).
"Meu segundo filho nasceu de cesariana e eu não tinha como pagar os 13
contos de réis das despesas com o hospital. Na verdade, só tinha 5 ou 6
contos de réis para o parto normal. Com o salário de funcionário
público, jamais conseguiria saldar a dívida. Então, tive a ideia de
tentar um emprego na imprensa junto ao meu sogro, o jornalista
Bittencourt de Sá, na época aposentado. Ele me orientou a procurar o
colega Silva Ramos, homem forte do jornal A Notícia, de propriedade de
Cândido de Campos", contou Villas-Bôas Corrêa em entrevista à Associação
Brasileira de Imprensa.
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