ADIADA VOTAÇÃO DA 'REFORMA' POLÍTICA...
Fernanda Calgaro, G1, Brasília
A Câmara dos Deputados adiou nesta terça-feira (22), pela segunda vez, a
votação da Proposta de Emenda à Constituição que prevê mudanças no
sistema político e eleitoral do país, a PEC da reforma política.
A votação foi adiada porque não houve acordo entre os parlamentares
sobre como seria feita a análise do projeto durante a sessão.
Parte dos deputados queria analisar a PEC ponto a ponto, não o relatório completo do deputado Vicente Cândido
(PT-SP). Mas, pelo regimento, o requerimento para fatiar a votação deve
ser apresentado pelo relator ou ter o consentimento dele.
Segundo o G1
apurou, Vicente Cândido concordou com a votação item por item, mas
sofreu pressão de aliados e voltou atrás. Uma nova sessão para votar a
reforma política foi marcada para esta quarta (23).
O impasse
A votação foi adiada novamente porque segue o impasse entre os partidos
sobre qual modelo eleitoral adotar para as eleições para deputados e
vereadores.
Diante da repercussão negativa, também perdeu apoio entre os parlamentares a criação de um fundo para bancar as campanhas.
Por conta da falta de consenso, uma estratégia defendida por alguns
partidos é fatiar a votação e analisar os tópicos individualmente, em
vez de o relatório de Vicente Cândido ser rejeitado por completo de uma
vez.
O que diz a proposta
O texto em análise prevê a adoção do chamado "distritão" para as eleições de 2018 e de 2020 na escolha de deputados federais, estaduais e vereadores.
Nesse modelo, cada estado ou município se torna um distrito e são eleitos os candidatos mais votados.
Pela proposta, a partir de 2022, o sistema para escolher deputados e vereadores passaria a ser o "distrital misto".
Por esse modelo, o eleitor vota duas vezes: uma no candidato do
distrito e outra na lista do partido. Metade das vagas irá para os nomes
mais votados. A outra metade será distribuída após um cálculo, o
quociente eleitoral, para definir o número de vagas por partido.
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