sexta-feira, 8 de julho de 2016

COLUNISTA VIP:

PENITENCIÁRIA DOS MAFIOSOS
Jeremias Macário
Quadrilhas de traficantes, de roubo de cargas e de assaltos a bancos são fichinhas diante dos terroristas mafiosos que resolveram bombardear e saquear os cofres públicos e as estatais brasileiras numa tirania comparada às patas do cavalo de Átila que destruía até a vegetação por onde passava. Estamos lidando com uma máfia do tipo russa, japonesa, chinesa e a siciliana, que mata e ameaça de morte quem ousar abrir a boca, utilizando-se até do método medieval do envenenamento.
  Sem piedade, eles atacam criancinhas,idosos aposentados, inválidos, deficientes, famintos, escolas e doentes nos leitos de morte nos corredores dos hospitais. Duelam entre si por cada centavo e armam emboscadas nas moitas e penhascos esperando pela passagem da próxima carruagem de ouro.
São bandidos mascarados perigosos que vêm agindo há anos nas terras brasilis. Eles merecem competir com grandes clássicos dos westerns pintados pelos cineastas John Ford e Sérgio Leone. O que o juiz xerife Sérgio Moro vem fazendo na “Lava Jato” representa um grão de areia diante da montanha de corruptos que são beneficiados pela impunidade.
  Com uma pequena parte dos bilhões roubados, o Estado poderia erguer uma monumental penitenciária, paga com o dinheiro desviado por eles mesmos e jogar todos lá dentro para ver quem consegue sobreviver entre os mais espertos e sanguinários. Vai ser uma bagaceira só, como nos antigos engenhos de açúcar!
O nome poderia ser Penitenciáriados Besouros Malignos, dos Vermes Corruptos, dos Mafiosos, dos Gafanhotos ou outro qualquer escolhido em concurso, não importa. Não iria ter problema de falta de tornozeleiras como agora. Aliás, por que esses presos não fazem uma vaquinha e compram os apetrechos com o dinheiro das propinas? Aliás, o Estado não tem tornozeleiras justamente porque eles surrupiaram a verba.
O prédio poderia ser construído em plena floresta amazônica, no pantanal ou na caatinga mais árida do Nordeste e ser transformado numa atração turística como patrimônio da punição nacional. Já imaginou visitar uma penitenciária cheia de políticos, doleiros, lobistas, empreiteiros, marqueteiros, executivos de estatais, ministros, ex-prefeitos, ex-governadores, ex-presidentes e suas mulheres cumplices dos crimes! Seria um zoológico divertido com as plaquinhas de avisos: “Vírus mortal! Não se aproxime para não ser contaminado!”, em cada jaula! Garanto que seria o roteiro turístico mais visitado do Brasil!

 Na entrada do edifício poderia ser instalado o Museu dos Corruptos com sacos e saquinhos, sacolas, mochilas, sapatos, botas, malas, cuecas, calcinhas, sutiãs, meias, baús e chapéus utilizados por eles como instrumentos de trabalho. Haveria uma escala de plantão no presídio e em cada dia um serviria de guia para explicar toda história da corrupção no país, desde os tempos coloniais, e como funcionava e funciona hoje. Antes da visitação, porém, todos deixariam seus bens (relógios, joias, bolsas, etc) num local especial tipo cofre forte de aço blindado sob a guarda de policiais estrangeiros. O governo não gastaria nada!
  Lá dentro eles vão estar livres para campeonatos nacionais de carteado, jogos do bicho, bingos, cassinos, propinas na Petrobrás e estatais, falsificação de remédios, licitações forjadas, prática de cartéis, falsidade ideológica, uso de laranjas, todo tipo de estelionato e vigarices, prostituição, sacanagens diversas e outras modalidades olímpicas com direito a medalhas e troféus. Nas disputas será permitido qualquer tipo de trapaça, tendo como regra geral o ditado de que “Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão”.
  Como os políticos estão no topo da cadeia alimentar, como disse um procurador, o corpo de jurados poderá ser composto por Maluf, Renan, Sarney, Eduardo Cunha, Fernando Collor, Jader Barbalho, Romero Jucá, Cerveró, Dirceu, Ricardo Pessoa e Jararaca na frente, um timão imbatível da Corte Suprema da Trambicagem Federal. Como suplentes poderiam ser escalados Pedro Barusco, Paulo Roberto Costa, Fernando Baiano, Sérgio Machado, Carlinhos Cachoeira e Alberto Yussef.
 Enquanto isso não acontece, os mafiosos não param de agir e montar seus alçapões da morte para depenar o Brasil, inclusive nas caladas da noite, tendo como fortificações a Câmara dos Deputados e o Senado. Enquanto doleiros, lobistas e empreiteiros estão indo para a cadeia, os agentes políticos não passam de meros investigados que juram inocência porque têm como escudo o foro privilegiado.
Agora mesmo estes mafiosos políticos que matam e envenenam qualquer um que passe em sua frente estão ressuscitando projeto de 2009 sobre abuso de autoridade, tendo como autor e relator os grã-mestres demoníacos Renan Calheiros (12 processos) e Romero Jucá. O esquema é colocar uma camisa de força para investigadores e nos veículos de comunicação, como os juízes estão fazendo no Paraná com o jornal Gazeta do Povo.
A trama deles é impedir ações contra corrupção ao prever punição por abusos de autoridades (constrangimentos e ofensas à intimidade da vida privada) para agentes públicos (Polícia Federal, Judiciário, Procuradores da República e Ministério Público). A privada deles está mais para latrina imunda entupida de merda e esgotos, e não tem descarga mais que dê jeito. A intenção é parar de vez a Operação Lava Jato.
  Por falar na “Lava Jato”, desde quando entrou em funcionamento até o último mês de junho,1,2 mil processos foram instaurados, realizadas 608 buscas e apreensões, 161 mandados de condução coercitiva, efetuadas 73 prisões preventivas, 87 temporárias, seis flagrantes e 43 acusações criminais contra 212 pessoas. A Operação já pediu o ressarcimento de 37 bilhões de reais.
  Em grande parte por culpa dos facínoras corruptos, o Brasil tem hoje mais de cinco mil obras paradas (rodovias, ferrovias, escolas, hospitais, transposição do São Francisco, prédios, viadutos e outros serviços) num equivalente superior a 15 bilhões de reais de investimentos. Dos mais de 11 milhões de desempregados pela falência da economia, de 2014 para cá, quase um milhão foi demitido pelo setor da construção civil.
  Vamos consertar tudo isso através das eleições, cortando a cabeça dos corruptos! Nem pense nisso porque não passa de mera ilusão. Conformecomprovou uma pesquisa mundial acadêmica, o voto não é ferramenta satisfatória de controle político, principalmente no Brasil deseducado e inculto, sem conscientização política.
Aqui o eleitor vota agradecendo se seu bolso estiver indo bem. Se o cara está recebendo em dia sua pensão, seu benefício social ou seu favor político, o resto que se lasque, e pouco importa se existe a máfia dos corruptos para liquidar a fatura.

3 comentários:

  1. Muita coisa pra ser revelada ainda, as delações do Machado estão nos mostrando aos poucos quem são os corruptos e as máscaras estão caindo!

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  2. Essa delação do Sérgio Machado está muito boa!Espero que ele continue pq assim poderemos acabar com essa máfia que assombra o país.

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  3. A Lava Jato tem que continuar. As delações e depoimentos estão ajudando mto na luta contra a corrupção, mas ainda temos um longo caminho para trilhar nesta batalha. A Lava Jato é uma das nossas valiosas armas.

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