terça-feira, 19 de janeiro de 2016

PTista quer transformar ROUBO em multa!



Procurador vê 'incentivo à corrupção' se Congresso der anistia a empreiteiro. Deputado do PT-SP afirma que empresa não pode 'pagar duas vezes'.
Andréia Sadi=Da GloboNews
O procurador da República Carlos Fernando Lima disse nesta segunda-feira (18) à GloboNews que a possibilidade de o Congresso Nacional acrescentar às regras dos acordos de leniência a imunidade penal para executivos e donos de empreiteiras investigadas é "um incentivo à corrupção".

Integrante da força-tarefa da Operação Lava Jato, Lima critica a medida provisória sobre acordos de leniência assinada em dezembro pela presidente Dilma Rousseff. Para ele, a MP tem "vários pontos perigosos", mas, segundo afirmou, o que mais preocupa o Ministério Público é a eventual imunidade de acusações criminais para donos de empreiteiras. O deputado Vicente Cândido (PT-SP) disse que está debatendo a anistia penal para executivos com parlamentares e governo. Ele preside uma comissão especial que analisa um projeto de lei sobre acordos de leniência já aprovado pelo Senado e que seguiu para a Câmara. Como medidas provisórias não tratam de matéria penal, o deputado disse que, em fevereiro, vai decidir se retomará o assunto por meio desse projeto de lei. "Para não criar nenhuma insegurança jurídica", afirmou. O acordo de leniência permite que uma empresa envolvida em algum tipo de ilegalidade obtenha benefícios, como redução de pena e até isenção do pagamento de multa, em troca de denunciar o esquema e se compromete e auxiliar o órgão público na investigação. O dispositivo é semelhante ao da delação premiada, mas envolve exclusivamente pessoas jurídicas. Para o procurador Carlos Fernando Lima, "em um país sério" nada justifica se conceder imunidade penal para empreiteiros que cometeram crimes.“Há um velho ditado que diz: quando a necessidade entra por uma porta a vergonha sai por outra. Nesse caso, a necessidade dos políticos de interromperem as investigações fez com que a vergonha saísse pela porta dos fundos. Não há justificativa nenhuma para um país sério interromper investigações sem que a pessoa seja obrigada a entregar nenhum fato e apenas pague uma multa. Isso é um incentivo à corrupção. Nunca pensei que eles tivessem a coragem de chegar a tanto. A MP já é ruim, mas pelo jeito, o que se está promovendo no Congresso é a ideia de que é possível ainda conseguir uma imunidade penal. Aí a vergonha saiu totalmente pela porta dos fundos", declarou. Vicente Cândido (PT-SP) questiona o motivo pelo qual os executivos teriam de "pagar duas vezes". "Por que a empresa vai pagar duas vezes? Ou ela paga pelo penal e deixa o executivo dela preso ou paga pelo erário. Quando eu prendo alguém, estou gastando mais dinheiro ainda: se eu recupero o erário com multas caríssimas por que vou deixar alguém preso para dar mais despesa? O que dói mais no bolso da empresa? É a multa. Prisão tem dano moral, mas não financeiro", disse.
O ministro Luís Inácio Adams disse à GloboNews que é contra anistia penal para empreiteiros. "Não acho uma boa solução. Nós cuidamos da parte econômica. Quem vai fazer esse debate é o Congresso", declarou.
A MP foi assinada pela presidente Dilma Rousseff em dezembro de 2015, e implementa novas regras para acelerar os acordos de leniência. Para o procurador, o objetivo do governo com a MP é promover um "acordão" com as empresas. "Obviamente, o governo não tem interesse nas investigações, que objetivam, basicamente, revelar assuntos que sempre chegam ao foro privilegiado e a altos funcionários da Petrobras.

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