Operação lava-jato
3 Suspeita
'Nine' quer Moro longe... |
Onde: MPF no Paraná, PF, Justiça Federal e STF
- Acusado de ter recebido um triplex em Guarujá, propina de empreiteiras e de ter ocultado tal patrimônio. É suspeito também de receber vantagem indevida da OAS por meio da armazenagem de bens pessoais
Defesa
- Instituto Lula afirma que não houve ocultação de patrimônio, que Lula e a mulher desistiram de comprar o apartamento e que a mudança foi custeada pela Presidência
Situação: réu
Crime: corrupção passiva qualificada
lavagem de dinheiro
- Suspeito de ser o dono de sítio em Atibaia que frequenta, recebido como vantagem indevida de empreiteiras, e de ter ocultado tal patrimônio
Defesa: Lula diz que apenas frequenta o local e nega ser dono do sítio
Situação: inquérito
Possível crime: não mencionado
- Suspeito de utilizar o Instituto Lula e a empresa LILS Palestras para recebimento de vantagem indevida de empreiteiras
Defesa
- Instituto Lula afirma que Lula é presidente de honra e nada recebe por sua participação nas atividades do instituto. Diz ainda que ele realizou mais de 70 palestras e os valores recebidos tiveram registro e impostos pagos
Situação: inquérito
Possível crime: não mencionado
- Suspeito de participar, junto com outros políticos e empresários, de uma organização criminosa para fraudar a Petrobras
Defesa
- A defesa diz que nenhum ato ilegal do ex-presidente foi identificado, mesmo depois de ele ter sofrido uma devassa, com quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico, além de buscas e apreensões na sua casa e de parentes
Situação: inquérito
Possível crime: não mencionado
- Acusado de obstruir a Justiça ao atuar na compra de silêncio de Nestor Cerveró
Defesa
- Advogados afirmam que Lula esclareceu em depoimento que jamais tentou interferir em depoimentos da Lava Jato, que a acusação se baseia em delação premiada de réu confesso e que sua inocência será reconhecida
Situação: réu
Crime: embaraçar investigação de organização criminosa
patrocínio infiel
exploração de prestígio
- Suspeito de obstruir as investigações da Lava Jato tomando posse como ministro de Dilma para obter foro privilegiado
Defesa
- A defesa diz que Lula sempre agiu dentro da lei, antes, durante e depois da Presidência, e jamais cometeu qualquer obstrução de Justiça
Situação: Inquérito
Possível crime: obstrução à Justiça
- Acusado de receber propina da Odebrecht, operada por Antonio Palocci ao PT, por meio da compra de terreno para o Instituto Lula e do aluguel de um apartamento ao lado de onde ele mora
Defesa
- A defesa afirma que Lula aluga o apartamento em questão e que a operação envolvendo o terreno se trata de 'ficção'
Situação: réu
Crime: corrupção passiva
lavagem de dinheiro
FATOS INVESTIGADOS
Entenda a sequência de acontecimentos que levou as autoridades até o ex-presidente
- Sítio em Atibaia (SP) é adquirido por Jonas Leite Suassuna Filho e Fernando Bittar, sócios de Fábio Luis, filho de Lula. Os compradores são representados pelo advogado Roberto TeixeiraO que diz a investigaçãoLula foi padrinho de casamento da filha de Teixeira. Para o MPF, 'amigos da família' serviram apenas para ocultar o fato de que foi em favor de Lula que o sítio foi adquiridoO que diz a defesaO Instituto Lula diz que ele frequenta o sítio em dias de descanso, que ele pertence a amigos e que a tentativa de associá-lo a supostos atos ilícitos tem o objetivo mal disfarçado de macular sua imagem
- Transferências são feitas entre empresas da família de José Carlos Bumlai para compra de móveis para o sítio no valor de R$ 747.378,13
- Dona de depósito em Atibaia diz que vendeu materiais de construção para engenheiro da Odebrecht
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- OAS firma contrato com a Granero para armazenar parte dos bens de Lula ao custo de R$ 21,5 mil mensais
- Camargo Correa, Odebrecht, Queiroz Galvão, OAS, UTC e Andrade Gutierrez doam R$ 9,3 milhões para a LILS Palestras até 2014
- LILS, empresa de Lula para gerir suas palestras, registra palestra de Lula em Trinidad e Tobago pela qual recebeu US$ 200 mil da OASO que diz a investigaçãoSegundo Procuradoria, OAS registrou palestra de Lula pelo mesmo valor em dezembro, em Santiago, e informações desencontradas são indícios de que não houve palestras, e, sim, vantagens indevidasO que diz a defesaInstituto Lula diz que, de 2011 até hoje, Lula fez 70 palestras contratadas por 41 empresas e instituições, e foi remunerado de acordo com sua projeção internacional e recolhendo os devidos impostos.
- Luis Claudio Lula da Silva recebe R$ 227 mil da LILS
- Camargo Correa, Odebrecht, Queiroz Galvão, OAS e Andrade Gutierrez doam R$ 20,74 milhões para o Instituto Lula (valor total até 2014)
- G4 Entretenimento, de Fabio Luis Lula da Silva, começa a receber R$ 1,34 milhão do Instituto LulaO que diz a investigaçãoMPF diz que 'de longe, dentre os destinatários dos recursos da entidade, é a empresa que mais recebeu recursos'. 'A G4 recebeu em 2014 mais que todas as demais empresas destinatárias de valores do instituto e, entre 2011 e 2014, recebeu mais recursos que as cinco empresas que mais receberam da entidade, tendo um modesto quadro de empregados: em 2009, zero empregados; em 2010, zero empregados; em 2011, um empregado; em 2012, três empregados; em 2013, oito empregados; e em 2014, seis empregados.'O que diz a defesaInstituto Lula diz que a G4 Brasil foi contratada para serviços de arquitetura da informação, design e programação em quatro diferentes projetos: Site, Memorial da Democracia, Brasil da Mudança e Acervo Presidencial. 'Todos os pagamentos feitos estão registrados e declarados. A Lava Jato já havia recebido da Receita Federal, oficialmente, todas as informações referentes a estas contas, que foram objeto de minuciosa autuação fiscal no ano passado.'
- FlexBr Tecnologia, de Sandro Luis Lula da Silva e Marcos Claudio Lula da Silva, recebe R$ 114 mil do Instituto LulaO que diz a investigaçãoProcurador da República Carlos Fernando Lima diz que, 'como o instituto recebe dinheiro das cinco maiores empreiteiras', o MPF verifica 'se isso não é apenas uma triangulação de benefício final da família do sr. Luiz Inácio'O que diz a defesaInstituto Lula diz ter adquirido os serviços da Flex BR Tecnologia no ano de 2014. 'As tarefas da empresa abrangiam a triagem e seleção de documentos, fotos e vídeos do ex-presidente e a definição de quais materiais se tornariam públicos e quais, de caráter familiar, seriam salvos em arquivos pessoais.'
- Mensagens no celular de Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS, falam sobre o projeto da cozinha da 'madame'O que diz a investigaçãoSegundo MPF, a cozinha Kitchens, 'do chefe', foi paga pela OAS no valor de R$ 170 milO que diz a defesaEx-presidente nega ser dono do imóvel ou ter solicitado reformas no apartamento
- Nota fiscal mostra pagamento de R$ 479.041,42 por palestra de Lula em Angola paga pela OdebrechtO que diz a investigaçãoProcuradoria diz que houve desvio de finalidade do instituto, entidade sem fins lucrativos, cuja estrutura muitas vezes confunde-se com a da LILS, com fins lucrativosO que diz a defesaLula diz que o instituto e a LILS não se confundem. 'São duas contabilidades diferentes. Acontece que a pessoa é uma só, eu gostaria de me dividir em dois.'
- Lula recebe R$ 7.589.936,14 de lucro da LILS, 36% do que a entidade recebeu desde 2011O que diz a investigaçãoSegundo MPF, há fortes indícios de que Lula sabia de que o dinheiro que circulava nas duas empresas vinha do esquema da Petrobras, sendo dele beneficiárioO que diz a defesaAdvogados de Lula dizem que não há qualquer elemento que ligue o ex-presidente a desvios da Petrobras
- Construtora Tallento, contratada pela OAS, reforma um apartamento triplex em Guarujá gastando R$ 777.189,13O que diz a investigaçãoEx-funcionária diz que presenciou reunião entre Dona Marisa, um filho de Lula e o proprietário da TallentoO que diz a defesaInstituto Lula diz que Marisa e o filho, de fato, estiveram no local, mas apenas para avaliar o apartamento. Segundo o instituto, 'em nenhum momento Lula ou seus familiares utilizaram o apartamento para qualquer finalidade'. Lula e Marisa avaliaram que o imóvel não se adequava às necessidades e características da família, nas condições em que se encontrava.
- OAS paga R$ 287 mil por uma cozinha Kitchens no triplex
- Mensagens trocadas entre Leo Pinheiro e Paulo Okamoto, presidente do Instituto Lula, mostram conversa sobre a visita de 'esposa' e Fábio ao triplex
- Instituto Lula publica nota afirmando que Dona Marisa foi dona de cota de apartamento da Bancoop, mas optou por não ficar com nenhum apartamentoO que diz a investigaçãoSegundo MPF, a desistência do imóvel devia ter sido feita em 2009, ou seja, há indícios de que Lula é o verdadeiro dono do triplex, obtido por meio de vantagem indevida da OAS no esquema de propinas da PetrobrasO que diz a defesaLula nega ser o dono do imóvel
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- Instituto Lula publica nota afirmando que o sítio em Atibaia nunca pertenceu a Lula e que ele apenas o frequenta com a família
- Contrato com a OAS para armazenar bens de Lula termina, somando R$ 1.292.210,40. Acervo é transferido de lugar: vai para um depósito do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do CampoO que diz a investigaçãoMPF diz que há evidências de que o valor representa vantagem indevida a Lula, com adoção de práticas lavagem de dinheiro, com ocultação e dissimulação de origem, natureza e propriedade de bens e recursosO que diz a defesaPresidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto diz que os valores desembolsados pela OAS para bancar o armazenamento dos contêineres foram uma espécie de doação e nega que a transferência do acervo do ex-presidente tenha relação com a operação Lava Jato. Segundo ele, era preciso um lugar para organizar os pertences
- Senador Delcídio do Amaral (PT-MS) faz delação premiada em que diz que Lula e Dilma agiram para barrar a Lava JatoO que diz a investigaçãoDelcídio diz que Lula tinha conhecimento do esquema de corrupção da Petrobras, que agiu pessoalmente para barrar as investigações da Lava Jato e que era o mandante do pagamento para tentar comprar o silêncio de testemunhasO que diz a defesaInstituto Lula diz que o ex-presidente 'jamais participou, direta ou indiretamente, de qualquer ilegalidade' antes, durante ou depois de seu governo
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- O procurador-geral da República apresenta denúncia contra Lula no STF e pede a inclusão do nome dele no maior inquérito da Operação Lava Jato; Janot diz que o ex-presidente manteve controle sobre as decisões do esquema operado na Petrobras e que atuou para comprar o silêncio de Nestor Cerveró
- Ministro Teori Zavaski envia denúncia contra Lula à Justiça Federal de Brasília, entendendo que o caso específico não tem relação com os crimes cometidos no esquema envolvendo a Petrobras
- A Procuradoria da República no Distrito Federal reitera a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o ex-presidente, o senador cassado Delcídio do Amaral e outras cinco pessoas por suposta tentativa de obstruir a Operação Lava Jato
- Lula vira réu em processo que tramita na Justiça Federal de Brasília por obstrução à Justiça no caso relacionado à compra do silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Também são réus o ex-senador Delcidio do Amaral (sem partido-MS), o ex-chefe de gabinete de Delcídio Diogo Ferreira, o banqueiro Andre Esteves, o advogado Edson Ribeiro, o pecuarista José Carlos Bumlai e o filho dele, Maurício Bumlai
- Ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, determina a abertura de inquérito para investigar a presidente afastada Dilma Rousseff, Lula e dois ex-ministros de Dilma – Aloizio Mercadante e José Eduardo Cardozo, para apurar a suspeita de que eles agiram para obstruir as investigações da Operação Lava Jato, tornando Lula ministro para obter foro privilegiado.
- MPF denuncia o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a mulher dele, Marisa Letícia, e mais seis pessoas no âmbito da Operação Lava Jato. Segundo os procuradores, Lula era o 'comandante máximo' do esquema na Petrobras
- Juiz Sergio Moro recebe a denúncia e torna Lula réu pela segunda vez, juntamente com outras sete pessoas, entre elas, sua mulher, Marisa Letícia.
- Lula, a mulher e outras sete pessoas são denunciadas sob acusação de terem se beneficiado de um esquema de propinas pagas pela construtora Odebrecht e operado por Antonio Palocci ao PT
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- O juiz federal Sérgio Moro retoma as audiências em processo em que Lula é acusado de receber tríplex da OAS
- Defesa de Lula pede a suspensão de processo sobre o triplex e maior tempo para análise de documentos
- O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) nega o pedido da defesa de Lula sobre a suspensão do processo do triplex da empreiteira OAS. No mesmo dia, a Justiça Federal determina a suspensão das atividades do Instituto Lula por ver indícios 'veementes' de 'delitos criminais' que podem ter sido iniciados ou instigados na sede do instituto
- Créditos
- Edição:
- Clara Velasco, Rosanne D'Agostino e Thiago Reis (Conteúdo) e Leo Aragão (Infografia)
- Design:
- Karina Almeida, Roberta Jaworski e Juliane Monteiro
- Desenvolvimento:
- Rogério Banquieri e Fábio Rosa
Fachin vota pela condenação de Paulo Maluf, mas julgamento é suspenso no STF
Por
*
|
Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público, o político desviou dinheiro de obras durante mandato de prefeito de São Paulo, de 1993 a 1996
O ministro do STF (Supremo Tribunal
Federal) Edson Fachin votou nesta terça-feira (9) pela condenação do
deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), que responde pelo crime de lavagem
de dinheiro. De acordo com a denúncia, os desvios teriam sido cometidos
em obras quando o parlamentar era prefeito de São Paulo, de 1993 a
1996.
Fachin é o relator da ação penal, que foi aberta em
2011 pelo plenário da Corte. Após o voto do relator, o julgamento foi
suspenso, e deve ser retomado no próximo dia 23. As investigações se
arrastam por mais de dez anos, desde a instauração do primeiro inquérito
contra o ex-prefeito, ainda na primeira instância. O Supremo assumiu o
caso após a eleição de Paulo Maluf
como deputado, em 2007. Ele tem hoje 85 anos.A denúncia do MP ( Ministério Público ) dá conta de que o ex-prefeito recebeu propina de contratos públicos com as empreiteiras Mendes Júnior e OAS durante o exercício do mandato na capital paulista. Os recursos teriam sido desviados da construção da Avenida Água Espraiada, hoje chamada Avenida Roberto Marinho. O custo total da obra foi de cerca de R$ 800 milhões.
Segundo os procuradores, os recursos foram desviados por meio de construtoras subcontratadas para serviços fictícios, como “medições de vento”. Pelo menos US$ 225 milhões em dinheiro ilícito teriam sido movimentados em contas em Luxemburgo, na França, nos Estados Unidos e nas Ilhas Jersey, sendo, posteriormente, trazidos de volta ao País por meio da compra de ações da empresa Eucatex, da família Maluf, configurando a lavagem de dinheiro.
Leia também: Juiz ordena suspensão das atividades do Instituto Lula
“Há depoimentos, documentos e minúcias, há entregas de milhares de dólares relatados em caixas de uísque, há relatos de cofres abarrotados de dólares para a corrupção do agente público [Maluf]”, disse o subprocurador-geral da República Odim Brandão Ferreira. Foi destacado também compras de joias e obras de arte que teriam sido feitas com os recursos ilícitos.
Sem prescrição
O relator do processo considerou que o crime de lavagem de dinheiro é permanente, perdurando por todo o tempo em que os recursos ilícitos estiverem ocultos. Com o entendimento, Fachin afastou o argumento de prescrição do crime, levantado pela defesa, o que permitiu o voto pela condenação.Portanto, das cinco acusações de lavagem de dinheiro, o ministro entendeu que a condenação poderia se dar em relação a uma delas, que considera a movimentação, até 2006, de ao menos US$ 15,7 milhões em 12 contas nas Ilhas Jersey.
Argumentos da defesa
O advogado do ex-prefeito, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou em sustentação oral durante o julgamento que o Ministério Público não foi capaz de comprovar que o deputado é o titular das contas no exterior na qual teriam sido depositados os recursos ilícitos. Kakay pediu a anulação da ação penal pelo fato de o MP não ter apresentado laudo produzido por perito oficial atestando a titularidade da conta.Leia também: Janot pede ao STF afastamento de Gilmar Mendes do caso Eike Batista
Por quatro votos a um, os ministros da Primeira Turma consideraram que, no caso desta ação penal específica, tal laudo pericial não seria necessário, diante da farta documentação atestando Paulo Maluf como titular das contas. Somente Marco Aurélio Mello votou pela anulação, sendo vencido pelos votos de Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux.
* Com informações da Agência Brasil
Fachin vota pela condenação de Paulo Maluf, mas julgamento é suspenso no STF
Por
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Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público, o político desviou dinheiro de obras durante mandato de prefeito de São Paulo, de 1993 a 1996
O ministro do STF (Supremo Tribunal
Federal) Edson Fachin votou nesta terça-feira (9) pela condenação do
deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), que responde pelo crime de lavagem
de dinheiro. De acordo com a denúncia, os desvios teriam sido cometidos
em obras quando o parlamentar era prefeito de São Paulo, de 1993 a
1996.
Fachin é o relator da ação penal, que foi aberta em
2011 pelo plenário da Corte. Após o voto do relator, o julgamento foi
suspenso, e deve ser retomado no próximo dia 23. As investigações se
arrastam por mais de dez anos, desde a instauração do primeiro inquérito
contra o ex-prefeito, ainda na primeira instância. O Supremo assumiu o
caso após a eleição de Paulo Maluf
como deputado, em 2007. Ele tem hoje 85 anos.A denúncia do MP ( Ministério Público ) dá conta de que o ex-prefeito recebeu propina de contratos públicos com as empreiteiras Mendes Júnior e OAS durante o exercício do mandato na capital paulista. Os recursos teriam sido desviados da construção da Avenida Água Espraiada, hoje chamada Avenida Roberto Marinho. O custo total da obra foi de cerca de R$ 800 milhões.
Segundo os procuradores, os recursos foram desviados por meio de construtoras subcontratadas para serviços fictícios, como “medições de vento”. Pelo menos US$ 225 milhões em dinheiro ilícito teriam sido movimentados em contas em Luxemburgo, na França, nos Estados Unidos e nas Ilhas Jersey, sendo, posteriormente, trazidos de volta ao País por meio da compra de ações da empresa Eucatex, da família Maluf, configurando a lavagem de dinheiro.
Leia também: Juiz ordena suspensão das atividades do Instituto Lula
“Há depoimentos, documentos e minúcias, há entregas de milhares de dólares relatados em caixas de uísque, há relatos de cofres abarrotados de dólares para a corrupção do agente público [Maluf]”, disse o subprocurador-geral da República Odim Brandão Ferreira. Foi destacado também compras de joias e obras de arte que teriam sido feitas com os recursos ilícitos.
Sem prescrição
O relator do processo considerou que o crime de lavagem de dinheiro é permanente, perdurando por todo o tempo em que os recursos ilícitos estiverem ocultos. Com o entendimento, Fachin afastou o argumento de prescrição do crime, levantado pela defesa, o que permitiu o voto pela condenação.Portanto, das cinco acusações de lavagem de dinheiro, o ministro entendeu que a condenação poderia se dar em relação a uma delas, que considera a movimentação, até 2006, de ao menos US$ 15,7 milhões em 12 contas nas Ilhas Jersey.
Argumentos da defesa
O advogado do ex-prefeito, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou em sustentação oral durante o julgamento que o Ministério Público não foi capaz de comprovar que o deputado é o titular das contas no exterior na qual teriam sido depositados os recursos ilícitos. Kakay pediu a anulação da ação penal pelo fato de o MP não ter apresentado laudo produzido por perito oficial atestando a titularidade da conta.Leia também: Janot pede ao STF afastamento de Gilmar Mendes do caso Eike Batista
Por quatro votos a um, os ministros da Primeira Turma consideraram que, no caso desta ação penal específica, tal laudo pericial não seria necessário, diante da farta documentação atestando Paulo Maluf como titular das contas. Somente Marco Aurélio Mello votou pela anulação, sendo vencido pelos votos de Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux.
* Com informações da Agência Brasil
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