PRESOS DOLEIROS SUSPEITOS DE ENVOLVIMENTO COM SÉRGIO CABRAL
Sérgio Cabral no ato da prisão (2016) |
G1 - Foram presos nesta sexta-feira (3), no Uruguai, dois suspeitos de envolvimento em operações de lavagem de dinheiro do esquema chefiado pelo ex-governador do Rio Sérgio Cabral, segundo o Ministério Público Federal (MPF). Vinícius Claret, o “Juca Bala”, e Cláudio Fernando Barbosa, sócio dele, foram detidos após pedido da força-tarefa da Operação Calicute, desdobramento da Lava Jato, como informou a GloboNews.
Juca Bala foi citado na Operação Calicute pelos irmãos e doleiros
Renato e Marcelo Chebar, que fizeram delação premiada e disseram ter
ocultado cerca de US$ 100 milhões de Cabral no exterior. Segundo a
investigação, os dois chamaram Juca quando a operação de lavagem ficou
grande demais.
Juca Bala e Cláudio Barbosa estavam na difusão vermelha da Interpol e
foram presos em ação conjunta da polícia do Uruguai com a Polícia
Federal brasileira.
Em depoimento, Renato Chebar contou que recebia mensalmente de Sérgio
Cabral valores entre R$ 50 mil e R$ 250 mil, segundo informação do Jornal Nacional.
Com o aumento do volume de dinheiro, as operações no banco de Nova York
já não eram suficientes e Chebar precisou comprar dólares no mercado
paralelo – e começou a acionar o um doleiro de apelido "Juca".
Desde a delação dos irmãos Chebar, as autoridades do Brasil sabiam
apenas que o principal doleiro de Cabral tinha o apelido de Juca Bala,
que morava no Uruguai e se chamava Vinícius.
Vida no Uruguai
Antes da prisão, os repórteres Carlos de Lannoy e Arthur Guimarães, do
Jornal Nacional, foram a Punta Del Este e acompanharam a rotina de Juca
Bala. Ele vivia à beira-mar em área nobre do luxuoso balneário uruguaio.
Vinícius aparece como sócio no contrato de criação da empresa Paddle
Boards Uruguay, que faz importação, exportação, representação e venda de
materiais esportivos e tem uma loja em Punta, um dos balneário mais
luxuosos da América Latina.
Um produtor do JN esteve na loja e, se passando por um turista
brasileiro perdido, conversou com Vinícius. Ele contou que há seis anos
importava pranchas no Uruguai. Nos três dias em que acompanhou o
movimento da loja, a reportagem só viu um cliente sair com uma prancha.
Quando saía da loja, Vinícius Claret ia até um prédio azul a cerca de
200 metros onde, provavelmente, ele e a mulher moram, num dos lugares
mais privilegiados de Punta, com apartamentos com vista para o mar.
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