EIKE É PRESO NO AEROPORTO TOM JOBIM, NO RIO
O empresário Eike Batista foi preso por agentes da Polícia Federal logo
após desembarcar no Aeroporto Internacional Tom Jobim, por volta das
10h. O avião que trouxe o empresário Eike Batista de volta ao Brasil
pousou no Galeão às 9h54 da manhã desta segunda (30). O empresário
chegou ao Instituto Médico Legal (IML) por volta da 10h30 para ser
submetido ao exame de corpo de delito.
Ele teve a prisão preventiva decretada depois que dois doleiros
disseram que ele pagou US$ 16,5 milhões a Sérgio Cabral, ex-governador
do Rio, o equivalente a R$ 52 milhões, em propina. A prisão do
empresário foi decretada pelo Juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal,
na operação Eficiência, um desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro.
O empresário, considerado foragido após ter viajado a Nova York dias
antes da operação policial para tentar prendê-lo, embarcou de volta ao
Rio neste domingo (29). Antes do embarque, ele disse que 'está à
disposição da Justiça'.
Ele chegou sozinho ao aeroporto JFK, nos EUA, por volta de 21h50
(horário de Brasília) do último domingo (30), fez check-in e, minutos
depois, passou pelo controle de passaporte. Às 22h15, já aguardava o voo
dentro da sala de embarque e pouco depois da meia-noite foi rumo a
aeronave.
Entrevista antes de embarcarDentro
da área de embarque, o empresário deu uma breve entrevista ao repóerter
Felipe Santana, da TV Globo. Questionado se tem algo a dizer aos
brasileiros, ele declarou que está à disposição da Justiça: "Estou
voltando para responder à Justiça, como é meu dever". Eike destacou que
este é o momento de “passar as coisas a limpo”.
"Estou voltando, porque sinceramente vou mostrar como é que são as
coisas, simples assim", reforçou Eike. Questionado sobre se mostraria
algo que ainda não se sabe, ele evitou o assunto. "Como eu estou nessa
fase, me entregando à Justiça, melhor não falar nada. Depois a Justiça e
o que for permitido falar, vai acontecer depois, agora não dá",
afirmou.
O empresário negou que tenha cogitado fugir para a Alemanha (por conta
de também ter cidadania alemã, o que evitaria uma deportação ao Brasil) e
disse que viajou a Nova York a trabalho.
Segundo a reportagem, os advogados do empresário tentaram negociar a ida dele para um presídio especial mas não tiveram êxito.
Eike Batista é acusado, pelo Ministério Público Federal, de corrupção
ativa. Segundo os procuradores , em 2011, o empresário pagou R$ 16
milhões e meio de dólares a Sérgio Cabral, o equivalente a R$ 52
milhões.
Na sexta-feira (27), o Jornal Nacional mostrou imagens da saída de Eike
do país. Nelas, aparece de calça jeans e paletó preto chegando para
embarcar no aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão).
Como Eike tem passaporte alemão e o país europeu não tem acordo de
extradição com o Brasil, havia a preocupação de que o empresário fugisse
da Justiça brasileira.
'Boa vontade' Os investigadores afirmam que o pagamento feito a Cabral
por Eike se deu pela "boa vontade" do então governador do Rio com os
negócios do empresário. Mas ainda não sabem, ao certo, que vantagens o
empresário recebeu em troca dos milhões.
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