Operação contra desvio de verbas da saúde é deflagrada no Amazonas - Mandados de prisão e busca e apreensão são cumpridos na capital e interior.
Equipes da PF, Receita Federal e CGU atuam na operação.
Suspeitos estão sendo levados para sede da Polícia Federal no Amazonas (Foto: Suelen Gonçalves/G1 AM)
A operação "Maus Caminhos" foi deflagrada na manhã desta terça-feira
(20), no Amazonas. A ação visa combater o desvio de recursos da saúde
pública. Mandados de prisão, de busca e apreensão e conduções
coercitivas são cumpridos em condomínios de luxo em Manaus e outros
municípios do interior do estado. Os investigados fariam parte de um
esquema criminoso que desviou mais de R$ 110 milhões dos cofres
públicos. Ministério da Transparência, Fiscalização e
Controladoria-Geral da União (CGU), Polícia Federal, Ministério Público
Federal e Receita Federal participam da operação.De acordo com as investigações, há o envolvimento de agentes públicos e empresários em fraudes que somam mais de R$ 110 milhões.
São cumpridos 13 mandados de prisão preventiva, quatro mandados de prisões temporárias, três mandados de condução coercitiva, 40 mandados de busca e apreensão, 24 de bloqueios de bens e 30 de sequestros de bens. As medidas são realizadas em residências e empresas nos municípios amazonenses de Manaus, Itacoatiara e Tabatinga, além das capitais Belo Horizonte, Brasília, Goiânia e São Paulo. Participam da operação 185 policiais federais, 36 auditores da CGU e 50 auditores da Receita Federal.
Investigação
A investigação teve início em análise da CGU sobre concentração atípica de repasses do Fundo Estadual de Saúde à organização social Instituto Novos Caminhos (INC). De abril de 2014 a dezembro de 2015, a entidade recebeu mais de R$ 276 milhões para administrar duas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), em Manaus e Tabatinga, e um centro de reabilitação para dependentes químicos, no município de Rio Preto da Eva.
"Desdobramentos do trabalho resultaram em fiscalização, entre maio e agosto deste ano, que verificou que os principais fornecedores do INC, empresas administradas por um mesmo grupo de pessoas e ligadas ao esquema criminoso, receberam pagamentos por serviços não prestados, indevidos e superfaturados. Até o momento, a CGU apurou desvios que somam mais de R$ 110 milhões em prejuízo aos cofres públicos. As fraudes envolvem ainda, além dos serviços médicos e de administração, a prestação dos serviços auxiliares de saúde, como lavanderia, limpeza, refeições hospitalares e portaria", infomou a CGU em nota.
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