Vereador e candidato são conduzidos pela PF por captação ilícita de votos
Operação foi deflagrada nesta sexta-feira (30), em Feira de Santana, BA. Eles prestaram depoimento à polícia, foram liberados e negaram acusação.
Nove pessoas foram conduzidas em operação
(Foto: Divulgação/ PF)
(Foto: Divulgação/ PF)
No total, foram cumpridos nove mandados de condução coercitiva e oito de busca e apreensão na cidade, com uma equipe de 40 policiais federais.
O delegado da PF Fábio Marques disse que foram apreendidas listas com nomes de fiéis que receberiam orações caso fornecessem seus dados. A ameaça seria de "amaldiçoar" quem se negasse a fornecer as informações.
"A prática foi confirmada com apreensão das listas. Foi identificado que havia esquema dentro da associação religiosa para fornecimento de exames e condutas médicas em troca do fornecimento do título do eleitor do paciente", acrescentou.
Operação combate crimes eleitorais em Feira de
Santana (Foto: Divulgação/ PF)
Segundo o delegado, a investigação também flagrou, por meio de interceptação telefônica autorizada pela Justiça, a negociação de um lote de votos feita por uma liderança politica ao candidato pastor. "Ele [pastor] aciona um parceiro dele, o atual vereador, e faz a mesma proposta. Eles marcam uma reunião onde a PF fez acompanhamento e verificou que a negociação foi efetivada", disse.
As investigações iniciaram há cerca de um mês, a partir de requisição do Ministério Público Eleitoral.
Conforme a Polícia Federal, os investigados responderão pelos crimes previstos nos artigos 299 e 334 do Código Eleitoral. O artigo 299 determina que é crime "dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita" e prevê pena de reclusão até quatro anos e pagamento de multa.
O artigo 334 trata sobre a utilização de organização comercial de vendas, distribuição de mercadorias, prêmios e sorteios para propaganda ou aliciamento de eleitores, com pena de detenção de seis meses a um ano e cassação do registro se o responsável for candidato.
O nome da operação, "Simão", vem do codinome utilizado pelos policiais para se referir ao principal investigado, uma referência ao Apóstolo de Jesus Cristo.
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