terça-feira, 20 de setembro de 2016

COLUNISTA VIP:



CANALHAS (NÃO OFENDENDO A TODOS) EM AÇÃO!
Ricardo De Benedictis

Nos finais de semana, principalmente aos sábados, encontro-me com amigos, na maioria da vezes acompanhado por um ou dois dos meus filhos, num dos bares da cidade. Esses encontros visam a troca de idéias, o papo acerca dos acontecimentos havidos durante a semana, cada qual emitindo suas opiniões, tomando por base as informações que obteve em consonância com o seu viés ideológico ou seu jeito de encarar os fatos. Às vezes as discussões são acaloradas e levam horas e horas, enquanto degustamos nossa ‘loirinha’ gelada, com ou sem tira-gosto.

Em função disso, podemos avaliar a quantas anda o senso crítico dos convivas, nem sempre as mesmas pessoas, mas na medida do possível, alguns mais freqüentes, quase infalíveis. Bom lembrar que uma dezena já está ‘no andar de cima, viajou antes do combinado’ como diz Rolando Boldrin.
Após esta introdução, gostaria de expressar minha decepção por dois fatos que presenciei na tarde/noite desta segunda-feira (19 de setembro de 2016) na sessão do Senado Federal e mais à noite, na Câmara dos Deputados. São fatos diferentes, mas que demonstram em que imbróglio e com que espécie de pessoas o Brasil está metido.
Na parte da tarde, depois de acaloradas discussões, de um lado, os senadores do PT defendiam Lula e atacavam os ‘meninos’ de Curitiba, modo pelo qual a senadora Gleisi Hoffman refere-se aos componentes do Ministério Público que integram a Força Tarefa da Operação Lava-Jato. Desfilaram na Tribuna do Senado as figuras da já citada senadora Gleisi, Fátima Bezerra e Humberto Costa (pelo PT) e Vanessa Grazziottin pelo PCdoB. O contra-ponto do senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) que apresentou uma lista, atribuindo a Fátima Bezerra o recebimento de verbas das empreiteiras envolvidas na Lava-Jato, com valores de cerca de 4 milhões de reais botou lenha na fogueira. Foi um deus nos acuda, troca de insultos pra lá e pra cá, que só parou pela intervenção dos colegas dos outros partidos.
Mais tarde, o presidente Renan Calheiros, ao apresentar as Medidas Provisórias para liberar verbas para as Creches, para a  Justiça Eleitoral, FIÉS e ENEM, se viu numa grande queda de braço. O PT, PCdoB e a REDE não aceitavam que as MPês fossem votadas. Acontece que as duas primeiras venciam justamente na data de 19, sendo esta a última oportunidade para serem votadas, sob pena de perderem seus efeitos.  Os senadores do PT e do PCdoB usaram a Tribuna inúmeras vezes, mas não queriam que seus nomes constassem do painel de presentes. Parece até brincadeira. Usam a Tribuna, mas não estão presentes na sessão, inviabilizando-a. O senador Tássio Jereissati ponderou ao presidente que fizesse constar a presença dos ‘fantasmas que falam’ e este impasse tomou o resto da tarde, até que vários senadores foram chegando e o quorum foi alcançado. As MPês foram aprovadas contra os votos da maioria dos senadores do PT, do PCdoB e da REDE.  É difícil de entender que o PT, o PCdoB e a REDE votem contrários à liberação de verbas para o ENEM e FIÉS. Será que isso está acontecendo mesmo no Brasil? Onde estão os compromissos desses políticos com o país? Outras medidas importantes ficaram para ser votadas na sessão marcada para esta terça (20).

Encerrada a sessão, mudei de canal e fui ver como estavam os ânimos na Câmara Federal. Deparei-me com algo que vinha sendo sussurrado ‘no breu das tocas’, mas que achávamos não passar de mentiras, já que vivemos no país da mentira, dita e repetida, até ferir nossa alma. Mas era verdade. Um tal projeto de Lei anistiaria os envolvidos ou não na Lava-Jato, por crimes de CAIXA 2. É mole ou quer mais!

Presidia a sessão tumultuada o deputado Beto Mansur que acatou requerimentos de ‘retirada de pauta’ do projeto de lei, cujo pedido foi assinado pelo deputado Rubem Valente (PSOL/SP) com votação no PAINEL. Aí o caldo entornou. Alguns deputados de vários partidos gritavam do plenário para que o presidente da sessão ‘retirasse de ofício’ a matéria de pauta, tendo o deputado Miro Teixeira encostado no presidente da sessão aos gritos e o deputado Imbassahy (PSDB/BA), foi ao microfone e deu a senha para que o presidente retirasse a matéria de pauta. E assim foi feito. Ato contínuo, Mansur encerrou a sessão da Casa Legislativa que vai escrevendo uma das páginas mais torpes da nossa história!

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