CANALHAS (NÃO OFENDENDO A TODOS) EM
AÇÃO!
Ricardo De Benedictis
Nos finais de semana, principalmente
aos sábados, encontro-me com amigos, na maioria da vezes acompanhado por um ou
dois dos meus filhos, num dos bares da cidade. Esses encontros visam a troca de
idéias, o papo acerca dos acontecimentos havidos durante a semana, cada qual
emitindo suas opiniões, tomando por base as informações que obteve em
consonância com o seu viés ideológico ou seu jeito de encarar os fatos. Às
vezes as discussões são acaloradas e levam horas e horas, enquanto degustamos
nossa ‘loirinha’ gelada, com ou sem tira-gosto.
Em função disso, podemos avaliar a
quantas anda o senso crítico dos convivas, nem sempre as mesmas pessoas, mas na
medida do possível, alguns mais freqüentes, quase infalíveis. Bom lembrar que
uma dezena já está ‘no andar de cima, viajou antes do combinado’ como diz
Rolando Boldrin.
Após esta introdução, gostaria de
expressar minha decepção por dois fatos que presenciei na tarde/noite desta
segunda-feira (19 de setembro de 2016) na sessão do Senado Federal e mais à
noite, na Câmara dos Deputados. São fatos diferentes, mas que demonstram em que
imbróglio e com que espécie de pessoas o Brasil está metido.
Na parte da tarde, depois de
acaloradas discussões, de um lado, os senadores do PT defendiam Lula e atacavam
os ‘meninos’ de Curitiba, modo pelo qual a senadora Gleisi Hoffman refere-se
aos componentes do Ministério Público que integram a Força Tarefa da Operação
Lava-Jato. Desfilaram na Tribuna do Senado as figuras da já citada senadora
Gleisi, Fátima Bezerra e Humberto Costa (pelo PT) e Vanessa Grazziottin pelo
PCdoB. O contra-ponto do senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) que apresentou uma
lista, atribuindo a Fátima Bezerra o recebimento de verbas das empreiteiras
envolvidas na Lava-Jato, com valores de cerca de 4 milhões de reais botou lenha
na fogueira. Foi um deus nos acuda, troca de insultos pra lá e pra cá, que só
parou pela intervenção dos colegas dos outros partidos.
Mais
tarde, o presidente Renan Calheiros, ao apresentar as Medidas Provisórias para
liberar verbas para as Creches, para a Justiça Eleitoral, FIÉS e ENEM, se viu numa
grande queda de braço. O PT, PCdoB e a REDE não aceitavam que as MPês fossem
votadas. Acontece que as duas primeiras venciam justamente na data de 19, sendo
esta a última oportunidade para serem votadas, sob pena de perderem seus
efeitos. Os senadores do PT e do
PCdoB usaram a Tribuna inúmeras vezes, mas não queriam que seus nomes
constassem do painel de presentes. Parece até brincadeira. Usam a Tribuna, mas
não estão presentes na sessão, inviabilizando-a. O senador Tássio Jereissati
ponderou ao presidente que fizesse constar a presença dos ‘fantasmas que falam’
e este impasse tomou o resto da tarde, até que vários senadores foram chegando
e o quorum foi alcançado. As MPês foram aprovadas contra os votos da maioria
dos senadores do PT, do PCdoB e da REDE. É difícil de entender que o PT, o PCdoB e a
REDE votem contrários à liberação de verbas para o ENEM e FIÉS. Será que isso
está acontecendo mesmo no Brasil? Onde estão os compromissos desses políticos
com o país? Outras medidas importantes ficaram para ser votadas na sessão
marcada para esta terça (20).
Encerrada a sessão, mudei de canal e fui
ver como estavam os ânimos na Câmara Federal. Deparei-me com algo que vinha
sendo sussurrado ‘no breu das tocas’, mas que achávamos não passar de mentiras,
já que vivemos no país da mentira, dita e repetida, até ferir nossa alma. Mas
era verdade. Um tal projeto de Lei anistiaria os envolvidos ou não na
Lava-Jato, por crimes de CAIXA 2. É mole ou quer mais!
Presidia a sessão tumultuada o
deputado Beto Mansur que acatou requerimentos de ‘retirada de pauta’ do projeto
de lei, cujo pedido foi assinado pelo deputado Rubem Valente (PSOL/SP) com
votação no PAINEL. Aí o caldo entornou. Alguns deputados de vários partidos
gritavam do plenário para que o presidente da sessão ‘retirasse de ofício’ a
matéria de pauta, tendo o deputado Miro Teixeira encostado no presidente da
sessão aos gritos e o deputado Imbassahy (PSDB/BA), foi ao microfone e deu a
senha para que o presidente retirasse a matéria de pauta. E assim foi feito.
Ato contínuo, Mansur encerrou a sessão da Casa Legislativa que vai escrevendo
uma das páginas mais torpes da nossa história!
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