BRASÍLIA
(Reuters) - O deputado Leonardo Picciani (RJ), aliado do governo da
presidente Dilma Rousseff, foi reeleito nesta quarta-feira líder do PMDB
na Câmara dos Deputados, em um resultado que deu alívio ao Palácio do
Planalto.
Picciani
derrotou por 37 votos a 30 o deputado Hugo Motta (PB), candidato do
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), desafeto declarado do governo.
A
reeleição de Picciani como líder da maior bancada da Câmara traz alívio
ao Planalto, que encampa uma queda de braço com Cunha e enfrenta a
ameaça de abertura de um processo de impeachment contra a Dilma.
Na véspera da eleição, Cunha havia dito que se Picciani ganhasse, seria uma vitória “artificial”.
A
disputa pela liderança teve ainda um gesto de apoio do ministro da
Saúde, Marcelo Castro, que acabou ensejando críticas, uma vez que ele
pediu exoneração do cargo nesta quarta-feira para votar em Picciani e,
posteriormente, reassumir a pasta, em meio a uma crise no país por causa
do avanço do Zika vírus e dos casos de microcefalia em bebês
recém-nascidos.
Castro
engrossou a corrente do partido favorável a Picciani. Pelo menos outros
dois deputados peemedebistas fizeram o mesmo, deixando postos no
governo do Estado e do município do Rio de Janeiro para votar pela
recondução de Picciani.
Após
chegar à Câmara para a eleição, Castro motivou um protesto.
Manifestantes lançaram uma chuva de papéis com as imagens do mosquito
Aedes aegypti, transmissor do Zika vírus, da dengue e da febre
chikungunya, e pessoas com máscaras imitando a aparência do vetor e
portando raquetes elétricas para matar insetos chegaram a entrar no
plenário, mas foram retiradas.
Picciani
reassume o comando de uma bancada que, embora numerosa, encontra-se
dividida, e terá de mostrar lealdade ao Planalto nas batalhas que
enfrentará no Congresso.
O
racha entre deputados peemedebistas ficou mais evidente durante a
escolha, no ano passado, de nomes da bancada para compor uma comissão
especial da Câmara que analisará o pedido de impeachment. O
desentendimento chegou ao ponto crítico em que integrantes do partido
contrários ao governo destituíram Picciani da liderança por oito dias.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)




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