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Ontem o dia começou com o chanceler Ernesto Araújo entregando o cargo após dias de artilharia pesada vinda do Congresso. Ponto pro Centrão. (Com a ressalva de que seu substituto, Carlos Franco França, é próximo do núcleo duro do governo desde a posse de Bolsonaro.)
Depois, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, também anunciou sua saída. Isso ocorreu após Bolsonaro pressionar os militares a lhe garantirem apoio incondicional – o que foi recusado pelo general.
Na carta de demissão, o ex-ministro frisou que, em seu exercício, "preservou as forças armadas como instituição de estado". Em seu lugar, foi nomeado o ex-ministro da Casa Civil, general Braga Netto. Ponto para o bolsonarismo.
José Levi também deixou a advocacia-geral da União após não ter assinado a ação (inconstitucional) de Bolsonaro contra estados que decretaram lockdown para controlar a pandemia de covid-19. Ponto para o bolsonarismo.
No lugar de Levi, volta André Mendonça, que estava no Ministério da Justiça. Para o posto de Mendonça, por sua vez, entra em cena Anderson Gustavo Gomes, um dos pivôs da crise entre Sergio Moro e Bolsonaro e habitué dos convescotes da bancada da bala. Ponto para Bolsonaro e Centrão.
Flávia Arruda, deputada federal alinhada ao presidente da Câmara, Arthur Lira, e ao chefão-mor do Centrão Valdemar Costa Neto, conquistou a vaga de Luiz Eduardo Ramos na Secretaria de Governo. Ponto para o Centrão.
Ramos, por sua vez, foi para a Casa Civil. Ele é apontado como o responsável pela articulação política que levou à união estável entre Bolsonaro e o Centrão. Ponto para… os dois.
O placar final, você já entendeu: Bolsonaro e Centrão, alinhadíssimos.
Amanda Audi, diretora-executiva do Congresso em Foco
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