VAMOS ACABAR COM O ABATE
DOS JUMENTOS NO NORDESTE
DOS JUMENTOS NO NORDESTE
Jeremias Macário

O que se percebe é que as ongs, os movimentos
ambientalistas e protetores dos animais não se importam com esta espécie, tanto
quanto com as baleias e as tartarugas que são utilizadas para atrair turistas e
ganhar dinheiro. Jegue não rende atração e renda, nem dar visibilidade e
prestígio para os pesquisadores.
Está na
hora da mídia em geral e todos os órgãos se unirem para acabar de vez com o
abate indiscriminado dos nossos inocentes jumentos que estão sendo extintos, só
para venderem a carne e o couro para a China e países asiáticos por alguns
punhados de dólares. Estou sugerindo uma campanha para proibir de vez que sejam
levados aos matadouros, comprados por míseros 50 e 100 reais. Muitos morrem
durante os transportes como está acontecendo com os animais que estão sendo
levados para um frigorífico de Itapetinga.
Na semana
passada, meu companheiro jornalista Mário Bittencourt fez uma série de boas matérias
para o “Correio”, denunciando o confinamento dos jumentos em Itapetinga.
Segundo sua reportagem, sem guia de trânsito os animais morreram durante viagem
e foram desovados. )
Em seu material jornalístico, Mário informa que, por determinação da
Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), a cidade de Itapetinga, no
sudoeste da Bahia, não poderá mais confinar animais deste tipo em propriedade
alguma do município. A medida foi em razão de mais um caso de maus-tratos a
jumentos registrados no dia 29 de outubro.
Destaco trechos da matéria do
jornalista quando assinalou que o diretor de Defesa Animal da Adab, Rui Leal,
disse nesta quarta-feira (31) que a partir de agora os animais, que são
oriundos de outras cidades da Bahia e de outros estados nordestinos, deverão
ser levados diretamente para serem abatidos no Frigorífico Sudoeste, e precisam
ter ainda a guia de trânsito animal (GTA).
“Vamos intensificar a fiscalização para que casos desse tipo não voltem
a ocorrer”, disse ele, em referência aos nove jumentos encontrados mortos
numa estrada de chão em Itororó, cidade vizinha a
Itapetinga. Os animais seriam levados para o abate no Frigorífico Sudoeste, mas
morreram na viagem.
De acordo com a reportagem, “Os
bichos estavam sendo confinados numa fazenda situada a 1 km de Itororó, mas no
território de Itapetinga. O caso foi registrado pela Polícia Civil, que, após
denúncias de populares, interceptou o caminhão dirigido por Fabian Cléber Silva
Bahia, 44 anos, logo após ele deixar os animais mortos numa estrada de Itororó,
a cidade da “carne do sol”.
“O motorista, segundo a polícia,
disse que saiu de Pernambuco e recolhia os animais em várias propriedades pelo
caminho, e que tinha quatro dias de viagem. Além dos jumentos mortos, o
caminhão estava com mais 53 bichos, todos sem comida ou água. O motorista será
indiciado por maus-tratos aos animais, informou a polícia”.
Pelo relato da Polícia Civil, na
propriedade onde os jumentos estavam sendo deixados, do fazendeiro João
Batista, havia 335 animais, sob os cuidados do chinês Xu Zhijini, 24,
responsável por selecionar os que seriam abatidos.
Na verdade, o responsável por
tudo mesmo era um homem de prenome Alexandro, que recebia os caminhões com
jumentos e pagava os fretes, cujos valores não foram revelados. Alexandro e o
chinês foram ouvidos na delegacia de Itororó e liberados. Conforme apurado, A
fazenda possui registro para confinamento de animais e estrutura de
alimentação, contudo os jumentos estavam presos num curral quando os fiscais
chegaram no local e foram soltos para que se alimentassem.
“o frigorífico tem
sistema de inspeção federal, que avalia a qualidade da carne que foi abatida,
então isso não será um problema”, disse Rui Leal.Em Itapetinga, o
Frigorífico Sudoeste presta serviço de abate para a empresa chinesa Cuifeng Lee
desde agosto. Estima-se que mais de 4 mil animais tenham sido abatidos desde
então – o frigorífico estava fechado há um ano e foi reaberto apenas para
abater jumentos.
No início de setembro deste ano, a empresa chinesa foi multada em mais
de R$ 30 mil por maus-tratos a cerca de 750 animais que estavam sendo
amontoados na fazenda Barra da Nega, em Itapetinga. Centenas de animais
morreram de fome e sede no local, muitos deles filhotes e fêmeas em trabalho de
parto.
A Cuifeng Lee exporta a carne e o couro para o Vietnã. Segundo dados
Ministério da Agricultura, que agrupa numa só categoria carnes de “cavalo,
asinino e muar”, a Bahia exportou este ano para o Vietnã 1,28 mil toneladas de
carne e couro desses animais, a US$ 2,5 milhões. Para Hong Kong, a exportação é
de 24.420 quilos, por US$ 36.814.
Mas o problema dos maus-tratos a jumentos na Bahia não tem se
restringido somente a Itapetinga e Itororó, segundo a Adab. No estado, há
outros dois frigoríficos que realizam abates de jumentos, um em Amargosa e
outro em Simões Filho, os quais exportam carne e couro, respectivamente, para
China e Hong Kong.
Segundo Rui Leal, são abatidos na Bahia por dia 200 a 300 animais, nos
três frigoríficos. O problema maior é com o transporte irregular dos animais,
realizado sem a GTA, o que pode conferir risco a outros animais, caso o jumento
esteja com alguma zoonose contagiosa.
“Os jumentos são
transportados por 400 a 500 quilômetros. Eles rodam mais à noite. Os animais
ficam nos caminhões sem água ou comida, mas estamos de olho nisso, com mais
fiscalizações”, explica Leal, que diz já ter comido uns “tira-gostos” de
carne de jumento. “O consumo é só uma questão cultural”.
Na Ásia, sobretudo na China, o apelo maior é para o couro do jumento,
com o qual se faz uma gelatina usada pela indústria de cosméticos para fazer um
produto que rejuvenescea pele, e outro que, na crença dos chineses, seria um
afrodisíaco, muito consumido, sobretudo por mulheres.
De acordo com a Adab, a Bahia possui um plantel de 96 mil jumentos,
declarados pelos produtores rurais. Mas estima-se que eles podem chegar até 200
mil. No Nordeste, a estimativa é que haja cerca de 800 mil jumentos”.
Não se tem certeza desse plantel.
Não acredito muito nestas estatísticas de chutes.Não tenho dúvida que há 30
anos esses números eram bem superiores. Com os abates permitidos, a tendência é
o desaparecimento em pouco tempo. No futuro, o jegue só vai ser conhecido
através de fotografias, com legendas deque por uns tempos ele chegou a ser símbolo
do Nordeste, daí minha proposta de uma campanha para acabar de vez com os
abates.
Mário Bittencourt elaborou
outra matéria no dia 31 de outubro reportando que jumentos que iam para abate foram
achados mortos em estrada na Bahia Diz ainda que “fazenda próxima tinha mais de
330 animais confinados sem água e comida”. Ele relata outras atrocidades
praticadas contra os animais.
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