Programas sociais passarão por auditoria, diz Bolsonaro
O
presidente eleito Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (24) que todos os
programas sociais passarão por auditoria em seu governo. Bolsonaro
defendeu que pessoas capacitadas para trabalhar estejam no mercado de
trabalho e não dependam do Estado para sobreviver.
“Projeto
social tem que ser para tirar a pessoa da pobreza e não para mantê-la
num regime de quase dependência. Nós não queremos nenhum brasileiro
dependendo do Estado”, disse. Ele descartou o interesse em acabar com
algum programa social, mas ressaltou que todos passarão por um
pente-fino.
“Logicamente,
ninguém será irresponsável a ponto de acabar com qualquer programa
social, mas todos serão submetidos a auditoria para que aqueles podem
trabalhar entrem no mercado de trabalho e não fiquem dependendo do
Estado a vida toda”, disse o presidente eleito logo após participar das
comemorações do 73º aniversário da Brigada de Infantaria Paraquedista,
na Vila Militar do Rio. Capitão reformado do Exército, ele se formou
paraquedista na turma de 1977.
Cirurgia após a posse
Bolsonaro
disse que desobedeceu “um pouquinho” as recomendações médicas ao
desfilar com ex-paraquedistas, por entender que a “vibração” com os
colegas ajuda em sua recuperação. Ele afirmou que está confiante de que
poderá fazer a cirurgia para a retirada da bolsa de colostomia em 20 de
janeiro. Um dia antes, já no exercício do mandato, ele passará por
exames no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
“Fiz
uma nova avaliação e a recomendação da equipe médica, que tem à frente o
doutor Macedo, é que no dia 19 de janeiro eu devo comparecer novamente
lá, em São Paulo. Se eu tiver condições, tendo em vista o grau de risco
de infecção, eu opero no dia 20. Caso o contrário, será novamente
adiada”, contou aos jornalistas.
A cirurgia estava marcada para 12 de dezembro, mas, por causa de uma inflamação, o procedimento foi adiado pelos médicos.
Esta será a terceira cirurgia de Bolsonaro desde que sofreu uma facada
no abdômen em 6 de setembro durante ato de campanha eleitoral em Juiz de
Fora (MG).
O
adiamento da cirurgia para depois da posse abre passagem para o
vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, ocupar interinamente a
Presidência. Estima-se que Bolsonaro precisará de duas semanas para se
recuperar, período em que deverá ser substituído pelo general.
Evangélicos
O
presidente eleito disse que não tem pressa para concluir a escolha de
seus ministros e negou que tenha sofrido pressão da bancada evangélica
para definir o nome do novo ministro da Educação, anunciado anteontem à
noite.
A
bancada reagiu à veiculação da notícia de que o ex-reitor da
Universidade Federal de Pernambuco Mozart Neves Ramos, diretor do
Instituto Ayrton Senna, seria o escolhido para comandar a pasta.
Considerado de perfil moderado, Mozart foi chamado de “esquerdista” por
parlamentares evangélicos.
“Nós nos sentimos no direito de vetar o ministro da Educação porque ajudamos a eleger o presidente”, disse o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ),
um dos líderes da frente parlamentar, na última quarta. Bolsonaro foi
às redes sociais dizer que não havia definido qualquer nome para o
cargo. Na quinta à noite ele anunciou pelo Twitter que a Educação será
comandada pelo filósofo colombiano naturalizado brasileiro Ricardo Vélez
Rodríguez.
“Pelo
que eu sei, [Vélez] não é evangélico. Mas atende aquilo que a bancada
evangélica defende, os princípios, valores familiares e respeito à
criança", afirmou. “Não teve pressão nenhuma. Várias pessoas me
procuram, são indicadas, eu converso com todo mundo e, como vocês dizem
na imprensa, ‘comeram barriga’. Citaram um nome que não tinha sequer
anunciado”, acrescentou.
Ministério da Educação
Vélez
foi indicação do escritor de extrema-direita Olavo de Carvalho, que tem
ascensão sobre a família Bolsonaro. O futuro ministro defende o projeto
Escola Sem Partido, bandeira do presidente eleito, e que o golpe
militar de 1964 seja comemorado, em alinhamento com os pensamentos do
chefe.
Bolsonaro
afirmou que está adotando critério técnico na escolha dos ministros.
“Já queria ter fechado o ministério, mas isso é como casar. Você pode
namorar muitas, mas noivar e casar só com uma.” Ele disse que ainda vai
conversar com alguns nomes que pretende trazer para o seu governo.
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