Eta, brinquedo porreta!
BIG BEN
Você conhece o Bat-bag? Ele apareceu nos
anos 70, tempo dos Embalos de sábado à Noite, dos sucessos apoteóticos
dos irmãos Gibb, os Bee Gees, da TV baú, da revistinha de sacanagem, das
brincadeiras de rua, da família tradicional, da inocência das paqueras,
da generosidade das pessoas, da autoridade dos professores, da vida com
um ritmo muito mais lento, porém com muito mais significado, enfim,
tempo em que as coisas tinham "gosto de verdade".
Eu me lembro
que na minha juventude não havia um ser vivo, que pelo menos uma única
vez, não o tenha segurado em suas mãos. No meu tempo, a gente comprava
na banca de jornal e já vinha pra casa com aquela coisa fazendo
tec-tec-tec. Basta de suspense! Vamos lá, Bat-bag era um brinquedo
rústico com aparência de uma arma medieval, que tinha duas bolas maciças
de acrílico, conectadas nas extremidades de um fio grosso de nylon,
amarrados a uma argolinha. As bolinhas batiam, batendo em cima e embaixo
e acabavam fazendo a volta completa.
Com toda certeza, o
nostálgico Bat-bag, brinquedo febre dos "anos dourados", tem a “mão de
Deus”. Este bibelô, da indústria de “coisas para crianças,” tem
provocado, ao mesmo tempo, ódio e paixão, a cada desempenho bem ou mal
sucedido. Se todos os brinquedos fossem como esse, o mundo,
indiscutivelmente, estaria em melhores condições? Muito bem! Você deve
estar pensando? Agora, eu cheguei à conclusão definitiva: Esse cara por
detrás desse site literário é mesmo um doido varrido! Posso tentar me
defender?
Vocês já repararam na verdadeira lição que esse objeto,
nem sempre inofensivo, nos brinda? Se você errar a estratégia de jogo
no vídeo-game, o máximo que pode acontecer é você morrer no mundo
virtual. Grande coisa! Se você errar no jogo de Perguntas e Respostas, o
máximo que pode acontecer é você perder ou deixar de ganhar uma boa
quantidade de pontos. Grande coisa! Se você errar nas manobras do skate,
nem sempre você vai sofrer as conseqüências por sua performance
frustrada. Grande coisa! Se você errar no Bat-bag, a coisa muda um pouco
de figura. No ato, o seu erro não vai deixar saudades, ou seja, errou,
doeu!
Eu pergunto: Existe brinquedo mais pedagógico do que esse?
Já pensou se todos os erros humanos fossem castigados com essa
prontidão? Eta, brinquedo porreta! Vamos mudar de brinquedo, enquanto eu
ainda tenho mãos...
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