Ascom/Prefeitura
Prefeitura cedeu transporte para que os jovens judocas mostrassem no evento o que aprenderam durante o ano, em suas comunidades

Quando tinha seis anos, a estudante Ivamara Meira descobriu um
projeto social que incentivava as crianças do Loteamento Veloso, onde
ela mora com a mãe e o irmão mais novo, a praticarem judô de forma
gratuita. Sua mãe, então, matriculou-a no projeto. Depois de quatro, ela
diz que a prática dessa modalidade lhe causou mudanças no que diz
respeito à sua disciplina, ao conhecimento e ao entendimento das coisas.

“Eu não ajudava minha mãe em nada, antes de entrar no projeto. E
também eu pensava que atividade física era batendo, dando murro e tal.
Mas aí, eu comecei a ajudar a minha mãe, depois do projeto. E descobri
que não é dar murro, dar tapa. É você ter disciplina, suavidade,
flexibilidade, e aprender as técnicas e regras”, relata Ivamara, hoje
com 10 anos.
O projeto que iniciou Ivamara no judô foi o Zab Mirim, que hoje
ensina judô a 120 crianças e adolescentes, com idades de 6 a 17 anos. As
aulas acontecem numa igreja do Loteamento Veloso.

Ivamara foi uma das 320 crianças e adolescentes envolvidas no VI
Festival de Integração dos Projetos Sociais das Indústrias – Judô
SESI, realizado neste domingo, 22. O evento foi a culminância das
atividades esportivas dos projetos sociais desenvolvidos por empresas,
sob a articulação do SESI, em bairros de Vitória da Conquista e Itambé.
‘Que o esporte volte’ – “Este é um momento em que
eles apresentam as lutas, onde a gente premia e dá essa valorização
social. Lembrando que são projetos sociais que abarcam uma população em
bairros periféricos, que estão em vulnerabilidade social”, ressalta
Fabrício Vieira, gerente regional do SESI.
Além de ceder espaços para a prática dessas atividades esportivas em
alguns dos bairros da cidade, a Prefeitura de Vitória da Conquista
disponibilizou o transporte para que os judocas e mini judocas pudessem
mostrar, no tatame do evento, as técnicas que aprenderam nas aulas
durante o ano, em suas comunidades.

Presente à abertura do Festival, o prefeito Herzem Gusmão parabenizou
o SESI e as empresas pela iniciativa. “O que nós estamos observando é
que a tendência é que Vitória da Conquista, rapidamente, com esse
trabalho, passe a ter o melhor judô do interior do estado. Não tenho
nenhuma dúvida”, disse Herzem. “Nós queremos que o esporte volte com
muita força. É este o trabalho que nós vivenciamos e que nós estamos
fazendo”.
‘Transformação’ – Segundo Aline Mendes, líder de
produtos sociais do SESI, a metodologia dos projetos sociais articulados
pela instituição pretendem transmitir certos temas transversais, como o
respeito aos idosos, aos familiares, ao meio ambiente e aos efeitos
nocivos das drogas. “A gente entende que a música e o esporte mobilizam
valores. A criança não vai porque ela é obrigada, ela vai porque gosta”,
argumenta Aline.

Com experiência de cinco décadas dedicadas a ensinar judô, o
professor Dalmárcio do Carmo, um dos organizadores do Festival, também
acredita na potencialidade formadora dessa prática. “Não só o evento de
judô, como os projetos em si, usando o judô como meio de transformação.
Percebe-se um ganho muito grande na questão comportamental da criança.
Isto, na verdade, deveria ser feito mais vezes, mais incentivado, para
que nós possamos atingir um número maior de crianças da cidade”, explica
Dalmárcio, com a autoridade de quem deu aulas de judô, anos atrás, a
dois garotos chamados Rodrigo e Rogério, bem antes de serem
internacionalmente conhecidos como Minotauro e Minotouro.
Planos futuros – Eis por que Ivamara, mais
disciplinada e com melhor compreensão a respeito de suas obrigações,
apresenta seus planos para os próximos anos. “Pretendo continuar no
projeto até chegar à idade máxima, que é 18. E depois, eu pretendo pagar
uma academia e vou continuar fazendo judô, atividades físicas e
música”.
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