BRASÍLIA
(Reuters) - O Ministério Público Federal afirma que "há elementos" de
que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou "ativamente" do
esquema de corrupção na Petrobras, em um documento enviado à Justiça
Federal do Paraná nesta semana para defender que o juiz Sérgio Moro tem
competência para julgar o petista.
Em
documento de 70 páginas, quatro procuradores que integram a
força-tarefa das insvestigações da Lava Jato afirmam que é possível
apontar que o ex-presidente tinha ciência e se beneficiou do esquema na
estatal.
"Considerando
os dados colhidos no âmbito da operação Lava Jato, há elementos de
prova de que Lula participou ativamente do esquema criminoso engendrado
em desfavor da Petrobras, e também de que recebeu, direta e
indiretamente, vantagens indevidas decorrentes dessa estrutura
delituosa", dizem os procuradores no documento.
"Nesse
sentido, contextualizando os fortes indícios abaixo detalhados,
diversos fatos vinculados ao esquema que fraudou as licitações da
Petrobras apontam que o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da
Silva tinha ciência do estratagema criminoso e dele se beneficiou",
afirma o documento.
Em
nota divulgada nesta sexta-feira, os advogados de Lula dizem que o
documento do Ministério Público foi elaborado "para servir de manchete
para a imprensa".
"As
afirmações relativas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
inseridas na petição têm por objetivo encobrir a falta de argumentos do
MPF sobre a incompetência da Vara de Curitiba para conduzir o caso",
dizem os advogados.
A
defesa de Lula tem questionado a parcialidade de Sérgio Moro para
conduzir as investigações. No início de julho, os advogados que
representam o ex-presidente pediram que o juiz fosse removido das
investigações, referindo-se ao magistrado como um "juiz acusatório".
No
fim do mês passado, a defesa recorreu ao Comitê de Direitos Humanos da
ONU, em Genebra, onde protocolou uma petição contra ações praticadas
pelo juiz federal Sérgio Moro e procuradores da operação Lava Jato.
Lula
é alvo de investigações no âmbito da Lava Jato, em Curitiba, e é réu na
Justiça Federal do Distrito Federal por suposta tentativa de obstruir
as investigações da operação da PF.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)




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