quinta-feira, 14 de julho de 2016

Morre em São Paulo, aos 70 anos, o diretor Hector Babenco:


Argentino radicado no Brasil  (com cidadania brasileira). Casado com Barbara Paz assinou 'Carandiru' (2003), 'Pixote' (1981) e 'O Beijo da Mulher Aranha' (1985) 


Hector Babenco



                                      Hector Babenco - Foto: Divulgação
Na noite da última quarta-feira (13), o cineasta argentino naturalizado brasileiro, Hector Babenco, morreu de uma parada cardíaca. Ele estava internado no Hospital Sírio Libanês desde a última terça-feira (12) para um procedimento cirúrgico. Segundo a produtora Denise Winther da HB Filmes, que confirmou a informação, ele estava bem, mas não resistiu à parada.
Nascido em 1946, na Argentina, o cineasta é naturalizado brasileiro desde 1977. E foi por aqui que ele construiu a sua carreira com filmes como O Rei Da Noite, seu primeiro longa, Lúcio Flávio - O Passageiro Da Agonia, Pixote - A Lei Do Mais Fraco e O Beijo Da Mulher-Aranha.
Babenco também foi o responsável pelo filme Carandiru, que conta a história do massacre que aconteceu no presídio de São Paulo. Seu último trabalho foi Meu Amigo Hindu, lançado em março deste ano. O cineasta era casado com a atriz Bárbara Paz.
Premiações

O cineasta foi reconhecido também fora do Brasil. Com O Beijo Da Mulher-Aranha, ele foi indicado ao Oscar de melhor diretor. Apesar de não ter levado, o filme venceu um importante prêmio naquela noite: o de melhor ator para William Hurt. Em Cannes, além de concorrer com o clássico de 1985, ele competiu também com Carandiru e Coração Iluminado.
Entretanto, ele também levou estatuetas para casa. No Festival de Locarno, recebeu o Leopardo de Prata por Pixote - A Lei Do Mais Fraco, sobre um garoto de rua que, depois de sofrer num reformatório, se une a uma prostituta vivida por Marília Pêra. Já na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Babenco levou o prêmio do público por Lúcio Flávio - O Passageiro Da Agonia. Com Coração Iluminado, ele foi indicado a categoria de melhor diretor do Grande Prêmio Cinema Brasil.
Vida inspira a arte
O último filme de Babenco, Meu Amigo Hindu, tem uma história muito familiar para quem acompanhava a vida do cineasta. Claramente autobiográfico, a trama contava a história de um diretor de cinema, Diego (Willem Dafoe), que enfrenta um câncer linfático, assim como aconteceu com o criador da obra em 1990.
Quando Diego é confrontado pela Morte (Selton Mello), ele fala sobre o seu desejo de fazer um último filme, cujo título faz referência a um menino indiano em fase terminal que ele conhece nos EUA e o ajuda a enfrentar a doença de forma lúdica.
O longa ainda aborda uma relação com Lívia (Maria Fernanda Cândido), sua namorada de longa data, com quem se casa depois de descobrir que ele tem poucos meses de vidas. Juntos, eles se mudam para os EUA, onde ele passará pelo tratamento da doença.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pesquisar neste blogue

Blog Cidade em Foco