A CIDADE SEM INFRAESTRUTURA
Ricardo De Benedictis
Ao longo do tempo, a cidade de Vitória da Conquista sofreu intervenções importantes do poder público municipal, visando, senão evitar, pelo menos, diminuir os efeitos das enxurradas em dias chuvosos, uma vez que a Serra do Peri-peri circunda nosso núcleo central e as nascentes do rio Verruga, bem como as águas pluviais decorrentes de chuvas fortes ou fracas, descem pelo centro da cidade, causando transtornos e, por vezes, acidentes fatais, ceifando vidas dos transeuntes, derrubando casas, invadindo lojas, trazendo enormes prejuízos aos conquistenses.
Coube aos prefeitos dos últimos 60 anos a tarefa de desviar as águas, construir galerias no centro para que o rio Verruga deixasse de incomodar a movimentação normal do nosso sempre forte comércio, construísse bueiros e implantasse conjunto de manilhas adequado para a evasão dessas águas de enxurradas, sempre no intuito de trazer mais segurança e conforto para a nossa população que tem de usar o centro comercial para resolver seus problemas do dia-a-dia.
Não vamos citar os nomes desses prefeitos para não parecer que estamos tentando ressuscitar ‘El Cid’, como disseram uns arautos da mídia que não se respeitam e por isso mesmo não aceitam nada que não lhes saia da idéia. Mas isso não vem ao caso.
Ultimamente, na era PT, ‘não temos visto a continuidade destes serviços’ e o que vemos é o alagamento sistemático do centro comercial. As pessoas arriscando-se com água pelos tornozelos ou até pelos joelhos, arriscando-se a se infectarem de doenças oportunistas, tipo lepstopirose, pneumonia, etc, principalmente na hora de deixar o trabalho e voltar para suas casas, para o almoço ou à noitinha. Notamos que a mídia não faz a devida crítica (que é nossa obrigação de ofício). Uma mídia que tem medo de criticar deveria inexistir, pois este é o seu papel precípuo. Acabaram-se os tempos em que os jornais de oposição eram incendiados, jornalistas foram assassinados, redações dos jornais e até das emissoras de Rádio eram invadidas e até as pequenas críticas levavam os donos do mundo a perseguirem os escribas. Há mais de 30 anos não registramos atos de tal violência, a não ser, esporadicamente, uma ação ou outra, a exemplo da invasão da sede do jornal O RADAR, da sucursal do jornal A TARDE e a ameaça de morte que sofreu nosso confrade Jeremias Macário, nos anos 1990 e o assassinato do jovem João Alberto Souto, proprietário do Jornal do Estado, que publicava matérias insidiosas com a sua metralhadora giratória, ferindo a honra de quem quer que fosse, a maioria das matérias, eivadas de inverdades e ataques pessoais, parte pelo ciúme doentio da sua parceira, parte pela incúria e despreparo emocional para capitanear um jornal periódico, que o fazia pensar, equivocadamente, estar acima de tudo.
Que a prefeitura entenda que uma cidade que se desenvolve, com o investimento de empresas de fora, a cidade que ganhou um novo aeroporto, que pleiteia uma telefonia e sistema de INTERNET mais compatível com a realidade dos centros mais desenvolvidos, deveria fazer o seu dever de casa. Cuidar mais do saneamento básico, fazer manutenção das tubulações de esgotamento pluvial e até mesmo do esgotamento sanitário com rigor e tratar (isso sim), da sua ampliação, com a construção de galerias e obras de contenção, mormente entre o Alto Maron, Cruzeiro e o bairro Guarani. Dali é que as águas das chuvas vão se avolumando até chegarem ao centro como se fossem o resultado de ‘diques quebrados’, barragens rompidas, deixando as pessoas nervosas, trazendo preocupação para as famílias que procuram os consultórios médicos, hospitais e o comércio, deixando velhos, crianças, cadeirantes e mulheres grávidas ilhados, indefesos por horas, sem saberem que destino tomar ou o que fazer.
No CEASA, os proprietários da baixada ficam com suas mercadorias boiando, as casas ameaçam desabar, é um deus-nos-acuda e ninguém faz nada ou é responsabilizado por nada ter feito (pecando por omissão).
Cadê o Ministério Público? Onde andam os intocáveis Promotores de Justiça que não se movimentam em Ação Civil Pública visando exigir que o Poder Municipal aja? E a nossa Câmara de Vereadores? Ah, anda em eterno recesso...
Mas o recesso não atinge a vida pessoal de cada vereador que deveria estar se manifestando contra tais mazelas...
Com todo o respeito, senhores, a cidade clama pela ação de nossos representantes, a nível político e a nível institucional. E as entidades de classe, por que não se manifestam? Será que nossa democracia é exercida pela Lei do Silêncio?
Até o próximo temporal ou mesmo, até a próxima neblina, a próxima enxurrada, até a próxima morte de inocentes!
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