Tragédia em Petrópolis: Força da água destruiu pontes, isolou famílias e arrastou carros e ônibus
RIO — A força da água no Rio Piabanha destruiu pontes e deixou dezenas de familias isoladas em casas na Rua Washington Luis, principal acesso ao Centro de Petrópolis. Além de muitos carros e motos, a enxurrada arrastou dois ônibus para dentro do rio e que acabaram virando uma espécie de atração, pois muitos pedestres paravam para tirar fotos no local.
Tragédia:Temporal em Petrópolis deixa ao menos 35 mortos. Pela manhã, comerciantes limpavam as lojas e tentavam contabilizavam as perdas. Dono de uma ótica, Josemar Lemos contou que na noite de ontem ainda tentou salvar parte do estoque de sua loja, mas quando a água chegou na altura do peito, ele preferiu salvar a vida e deixou o lugar, retornando pela manhã. — Perdi tudo. Trabalho aqui a nove anos com meu irmão e agora nem sei como vou fazer. Foi tudo, tudo mesmo perdido. Ontem quando a água começou a subir eu ainda vim tentar salvar alguma coisa, mas quando chegou na altura do peito, fugi senão teria sido arrastado também — contou.
Drama recorrente:Em 2011, temporal e deslizamentos na Região Serrana deixaram 918 mortos. Moradora da Rua Washington Luis, Vania Nicolau teve a ponte de acesso a sua casa destruída. Com isso, ela e um dos filhos ficaram isolados dentro da residência, enquanto o marido e outro filho tiveram de dormir na rua por não conseguirem entrar. A preocupação dela agora é com a água potável, pois a enxurrada destruiu o sistema de encanamento da residência. — Estamos presos aqui dentro sem saber o que fazer, em dezoito anos é a primeira vez que a água sobe assim. Meu esposo e meu outro filho não puderam vir para casa e pelo jeito não poderão vir tão cedo por quê até ajeitar a ponte vai demorar. Eu vou pedir para eles trazerem água e tentar arremessar pelo muro — afirmou.
Drama após tragédia:'Um bebê sem respirar embaixo dessa lama', diz mulher que busca criança após deslizamentos em Petrópolis. Outra moradora, a aposentada Katia Regina Pereira, está preocupada por que mora sozinha e ficou isolada com os demais vizinhos em um prédio cuja a ponte de acesso também foi destruída pela força da água e pela queda do muro de um condomínio, qur inclusive interditou completamente a rua. — Está todo mundo aqui sem água e energia, mas estamos bem. Meus parentes devem estar preocupados. Queria avisá-los, mas nem tenho como. Agora vamos esperar uma ajuda para que tirem essa terra e consigam um meio para que possamos sair — disse.
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