SOBRE ALLAN DECARD
Beto Magno, Cineasta e jornalista ( O autor, no atelier do artista)
Tenho mantido meus amigos aqui de Salvador , informados dos últimos
episódios ocorridos aí , no tocante as obras do artista Allan de Kard e o
injustificável ataque que tem recebido em especial pelo Conselho
Municipal de Cultura, que foge completamente do seu papel , assumindo
uma postura quase que inquisitorial . Quando falo Conselho Municipal de
Cultura , devo dizer que existe lá honrosas exceções, que se constitui
em minoria. As obras da Olívia Flores , parece ter tomado todo o tempo
da atual gestão. Gostaria de saber o que de verdadeiramente propositivo
saiu da atual gestão, em relação a Cultura de nossa cidade? Parece que
a perseguição encetada ao artista , tem motivação ideológica, embora o
artista não pertença a nenhum partido , aliás já vi uma declaração sua
muito interessante a esse respeito.
“ Na Política, o meu
partido é o inteiro, daí pode-se dizer que sou ambidestro, pois só
acredito na aristocracia intelecto-moral”
A última
deliberação desse conselho, foi a recomendação ao executivo da retirada
das obras do artista da Olívia, recomendação essa que certamente não
será acatada por esse ou qualquer outro Governo.
Existem algumas considerações que gostaria de fazer a cerca dessa recomendação:
A primeira é que ao contrário do anunciado essa não foi uma decisão unânime.
Segundo: o conselho alega que é necessário normalizar o uso do
espaço Público para a instalação de obras de arte. Porém nasce em mim
uma dúvida. Essa recomendação vale só para o artista Allan de Kard, ou
para as demais obras instaladas
de outros artistas na Cidade?
Como
o Monumento aos Pracinhas de Cajaiba, ou a escultura do Artista Romeu
Ferreira em homenagem aos desaparecidos do período do Regime militar, ou
o Monumento ao índio do artista Edimilson Santana, ou mesmo o Cristo de
Mário Cravo. Em que condições essas obras foram instaladas? Tenho
certeza que essa pergunta nunca foi formulada dentro do Conselho
municipal de Cultura.
Vale ressaltar que as obras de Allan de Kard não foram feitas com recursos públicos.
Ainda ontem tive a oportunidade de ler uma matéria, feita em
conjunto pelos sites Avoador e Gambiarra, onde fica clara a tentativa de
desmerecer o trabalho do artista.
A autora da matéria faz
um esforço enorme para parecer imparcial. salta aos olhos os artifícios
utilizados na construção de uma narrativa negativa , desfavorável ao
Allan, que vai desde o super trato nos argumentos do conselho e o
completo desleixo as colocações do artista, chegando ao cúmulo de
neglicenciar na pontuação, construir frases soltas , fugindo
completamente do contexto. Técnica essa já conhecida de muitos.
Há ainda um flagrante desequilíbrio, quando a matéria é apresentada
com opiniões de pessoas supostamente abalizaras, sem contudo apresentar o
contraditório, já que sabemos existir um grande número de críticos
de arte que tem uma posição completamente diferente.
Parece-me que a referida matéria , atende a uma encomenda com fins específicos.
Tenho um sentimento que já me é antigo. O Conselho municipal de
Cultura não representa os anseios da classe artística, e tenho certeza
que a sociedade conquistense não deixará isso acontecer.
Beto Magno, Cineasta e jornalista
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