PF prende suspeitos de integrar quadrilha de tráfico internacional de drogas no Aeroporto do Galeão
Agentes
da PF tentam cumprir 36 mandados de prisão, dois contra funcionários da
Receita Federal e mais de 30 contra funcionários do aeroporto.
Por Márcia Brasil, Guilherme Peixoto, Bárbara Carvalho e Bruno Albernaz, TV Globo, GloboNews e G1 Rio
PF faz operação contra contrabando no Aeroporto do Galeão (RJ)
A
Polícia Federal prendeu, na manhã desta terça-feira (19), 24 pessoas
suspeitas de fazer parte de uma quadrilha de tráfico internacional de
drogas que atua no aeroporto internacional Tom Jobim, o Galeão. Ao todo
foram expedidos 36 mandados de prisão e um mandado de condução
coercitiva contra funcionários e terceirizados que trabalham no
aeroporto, incluindo empregados da Receita Federal. Segundo a polícia,
esta é a maior operação realizada no Galeão.
A investigação sobre
a "Máfia do Galeão" começou em fevereiro deste ano, quando a PF
descobriu que uma mala foi despachada do Rio de Janeiro em um voo para
Amsterdam, mas em nome de um casal que voou para Salvador. A mala foi
devolvida para o Galeão e, ao passar pelo raio X, foram descobertos 37
quilos de cocaína.
A investigação aponta que funcionários do
aeroporto escolhiam um passageiro de forma aleatória, imprimiam um
tíquete com o nome dele, colocavam em uma mala cheia de drogas e, então,
encaminhavam essa bagagem para um voo internacional, que ia,
geralmente, para a Europa. A operação foi batizada como "Rush".
Ônibus
leva sete presos em esquema de corrupção no Galeão para a sede da
Polícia Federal (Foto: Bruno Albernaz/ G1) Ônibus leva sete presos em
esquema de corrupção no Galeão para a sede da Polícia Federal (Foto:
Bruno Albernaz/ G1)
Ônibus leva sete presos em esquema de corrupção no Galeão para a sede da Polícia Federal (Foto: Bruno Albernaz/ G1)
Tráfico de drogas, contrabando e desvio de bebidas
Além do tráfico de drogas, a rede de corrupção também atua no contrabando e desvio de bebidas de aeronave.
No
núcleo de contrabando, as malas de voos internacionais (maioria tinha
Miami como destino) não passavam pela Receita Federal, logo, não eram
vistoriadas. Isso era feito através do desvio das mesmas para as
esteiras dos voos domésticos, que não passam por fiscalização, e onde os
donos das malas fazem a retirada.
Os funcionários de empresas
aéreas e da Receita Federal também facilitavam a saída de malas com
roupas, eletrônicos, e até cabelos. O intuito era evitar a fiscalização
alfandegária e o consequente pagamento do tributo devido. Quando o
passageiro passava pelo canal de inspeção da Receita Federal, em geral
portava apenas bagagens de mão.
Após a ação dos operadores de
bagagens, as malas eram retiradas por um funcionário da companhia aérea
no interior do setor de desembarque doméstico (esteira para retirada de
bagagens) e entregue ao passageiro no saguão do aeroporto ou até mesmo
na calçada exterior do aeroporto.
Em outra frente de atuação
nesse mesmo esquema, funcionários do Galeão se encontravam com
passageiros participantes do esquema na porta da aeronave e os
acompanhavam até o canal aduaneiro, onde um servidor da Receita Federal
liberava as malas que passavam pelo raio X mesmo que identificasse
mercadoria entrando de forma irregular sem recolhimento dos tributos e
taxas legais. Durante as investigações, um servidor foi flagrado
recebendo propina para liberar mercadorias.
Já o último núcleo
criminoso furtava, com frequência diária, garrafas de vinho, champanhe e
garrafas em miniatura de bebidas do interior das aeronaves em pouso.
Funcionários da empresa de "catering" levavam as garrafas para áreas
conhecidas como "pontos cegos", onde era feita a triagem.
O
esquema ainda contava com auxílio de membros de empresas com trânsito
livre na pista do Galeão, responsáveis por retirar a mercadoria furtada
das dependências do aeroporto. Agentes de portaria e segurança também
eram cooptados para fazer "vista grossa" na saída das bebidas, que,
posteriormente, eram vendidas para receptadores predefinidos.
Em
setembro, a PF realizou a prisão de dois funcionários do aeroporto e de
um receptador. Foram apreendidas cerca de 2.715 garrafas de bebidas,
veículos e dinheiro.
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