Mercosul inicia processo que pode expulsar Venezuela do bloco
Chanceleres se reuniram em Buenos Aires e iniciaram aplicação da chamada 'Cláusula Democrática'
Janaína Figueiredo G1 - Foto: Opositores de Maduro protestam em Caracas - Fernando Llano / AP
BUENOS AIRES- Após uma reunião de urgência, convocada na
última sexta-feira pela Argentina - país que exerce atualmente a
Presidência Pro Tempore do Mercosul -, para discutir a crise
venezuelana, os quatro chanceleres do bloco informaram que foi iniciado o
processo de aplicação da Cláusula Democrática, que pode culminar na
expulsão do país do bloco. O encontro aconteceu em Buenos Aires e durou
cerca de quatro horas.
O
primeiro passo é, justamente, uma consulta entre os países-membros. O
próximo, explicou a chanceler argentina, Susana Malcorra, será um
contato entre as partes venezuelanas do conflito. Uma eventual expulsão
da Venezuela do Mercosul— desde dezembro passado o país está suspenso —
seria a última instância do mecanismo ativado neste sábado na capital
argentina.
Em nota oficial, os governos do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai instaram o presidente Nicolás Maduro a "respeitar o calendário eleitoral de seu país" e "restabelecer a divisão de poderes". A decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) venezuelano de anular duas sentenças adotadas semana passada, que retiraram a imunidade dos parlamentares e transferiram as funções legislativas à Sala Constitucional do tribunal, não foi considerada suficiente pelo Mercosul para afirmar que a ordem constitucional foi restabelecida no país.
— O TSJ recuou… mas o que tem a ver com a essência das instituições democráticas continua sem estar funcionando — frisou a ministra argentina.
Malcorra assegurou que o fato do TSJ insistir em sua teoria de
desacato da Assembleia Nacional (AN) mostra que a divisão de poderes
continua sendo afetada na Venezuela. A origem do suposto desacato é a
eleição de três deputados do estado Amazonas, que tiveram suas eleições
questionadas e, num primeiro momento, assumiram seus cargos. No entanto,
a AN, num gesto de boa vontade, desincorporou os congressistas no final
do ano passado. Mas o governo Maduro exigiu uma comunicação oficial do
Parlamento, admitindo que tinha errado. A maioria opositora na AN
considerou que a desincorporação dos deputados era suficiente e o TSJ
manteve a acusação de desacato.
O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Aloysio Nunes, afirmou que "a democracia é um pilar fundamental do Mercosul" e insistiu, como seus colegas do bloco, na necessidade de que sejam realizadas as eleições regionais este ano e presidenciais no ano que vem.
— Este processo poderá levar à expulsão (da Venezuela do Mercosul), mas espero que não leve —assegurou o chanceler brasileiro.
Em nota oficial, os governos do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai instaram o presidente Nicolás Maduro a "respeitar o calendário eleitoral de seu país" e "restabelecer a divisão de poderes". A decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) venezuelano de anular duas sentenças adotadas semana passada, que retiraram a imunidade dos parlamentares e transferiram as funções legislativas à Sala Constitucional do tribunal, não foi considerada suficiente pelo Mercosul para afirmar que a ordem constitucional foi restabelecida no país.
— O TSJ recuou… mas o que tem a ver com a essência das instituições democráticas continua sem estar funcionando — frisou a ministra argentina.
O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Aloysio Nunes, afirmou que "a democracia é um pilar fundamental do Mercosul" e insistiu, como seus colegas do bloco, na necessidade de que sejam realizadas as eleições regionais este ano e presidenciais no ano que vem.
— Este processo poderá levar à expulsão (da Venezuela do Mercosul), mas espero que não leve —assegurou o chanceler brasileiro.
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