DILMA É APONTADA COMO BENEFICIÁRIA DA OIDEBRECHT E NEGA
O empresário Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht, afirmou em
depoimento que a ex-presidente Dilma Rousseff, quando estava à frente do
Palácio do Planalto, indicou o então ministro Aloizio Mercadante como
interlocutor do governo para tratar de assuntos relacionados à Operação
Lava Jato (assista ao vídeo acima, a partir de 3 minutos e 15 segundos).
>> Saiba mais abaixo o que disseram Dilma e Mercadante sobre o assunto
Marcelo Odebrecht prestou depoimento ao Ministério Público Federal no acordo de delação premiada no âmbito da Lava Jato.
"Numa reunião que eu tive com a presidente, eu falei esse assunto:
'Lava Jato está criando várias dificuldades. Inclusive, quem pode ser
nosso interlocutor no governo para todo esse tema, os empréstimos
travados, Petrobras com vários problemas?' E ela disse: 'Fale com o
Mercadante'", relatou o empresário.
O empresário relatou aos investigadores a reunião que, segundo ele,
teve com Dilma, mas não deixou claro quando foi o encontro nem onde.
Mercadante foi ministro da Casa Civil e da Educação no governo Dilma.
Versões
Procurada pelo G1, a assessoria da ex-presidente divulgou nota (leia a íntegra mais abaixo)
na qual reafirmou que "é fato notório que Dilma Rousseff nunca manteve
relação de amizade ou de proximidade com o senhor Marcelo Odebrecht."
"Também são falsas as acusações de que Dilma Rousseff tenha tomado
qualquer decisão para beneficiar diretamente a Odebrecht ou mesmo
qualquer outro grupo econômico. Todas as decisões do seu governo foram
voltadas ao desenvolvimento do país, buscando o bem estar da população, a
partir do programa eleito nas urnas", acrescenta a nota.
Também procurada, a assessoria de Mercadante divulgou nota na qual
disse que Dilma jamais delegou ao conselheiro político a
responsabilidade de tratar de assuntos referentes à Operação Lava-Jato,
"sendo o acompanhamento jurídico deste tema realizado pelo governo pelo
Ministério da Justiça, CGU e AGU."
"No início de 2015, o Sr. Marcelo Odebrecht esteve no Palácio do
Planalto, ocasião em que a chefia de gabinete da Presidência solicitou à
Casa Civil que o recebesse. Neste encontro, o Sr. Marcelo Odebrecht
apresentou um resumo técnico-jurídico em contestação à decisão
administrativa da Petrobrás, de 30 de dezembro de 2014, de suspender
todos contratos com 23 fornecedores da empresa, incluindo todo o grupo
Odebrecht. [...] Não cabia ação específica do governo e encaminhei o
parecer para o [então] novo presidente da Petrobras Ademir Bendine, pois
já haviam recursos jurídicos de várias empresas contra esta decisão na
Petrobras e na Justiça", acrescenta a nota.
Caixa 2 em 2010
Aloizio Mercadante é suspeito de receber pagamento de vantagens não contabilizadas
na campanha eleitoral de 2010, quando disputou o governo de São Paulo.
As informações foram dadas ao Ministério Público Federal pelos delatores
da Odebrecht Benedito Barbosa da Silva Júnior e Carlos Armando Guedes.
Segundo os delatores, os repasses foram feitos a pedido Edinho Silva,
ex-ministro de Dilma e atual prefeito de Araraquara (SP).
Como Mercadante e Edinho Silva não têm direito ao chamado foro
privilegiado, o STF enviou as cópias dos depoimentos à Procuradoria
Regional da República da 3º Região em São Paulo.
Sobre as acusações dos delatores, Mercadante já divulgou nota, na qual
afirmou que as contribuições para as campanhas dele "sempre ocorreram
dentro da legalidade, sendo todas as prestações de contas transparentes e
aprovadas pela justiça eleitoral."
Também em nota, Edinho Silva disse que não conhece e nunca esteve com nenhum dos delatores.
Íntegra
Leia abaixo a íntegra das notas divulgada pelas assessorias de Dilma e de Mercadante:
Dilma
NOTA À IMPRENSA
Apropósito
das referências ao nome de Dilma Rousseff nas delações firmadas por
executivos da Odebrecht, a Assessoria de Imprensa da presidenta eleita
esclarece:
É
fato notório que Dilma Rousseff nunca manteve relação de amizade ou de
proximidade com o senhor Marcelo Odebrecht. Muitas vezes os pleitos da
empresa não foram atendidos por decisões do governo, em respeito ao
interesse público. Essa relação distante, e em certa medida conflituosa,
ficou evidenciada em passagens do depoimento prestado pelo senhor
Marcelo Odebrecht.
É
mentira que Dilma Rousseff tivesse conhecimento de quaisquer situações
ilegais que pudessem envolver a Odebrecht e seus dirigentes, além dos
integrantes do próprio governo ou mesmo daqueles que atuaram na campanha
da reeleição. Ele não consegue demonstrar tais insinuações em seu
depoimento. E por um simples motivo: isso nunca ocorreu. Ou seja: o
senhor Marcelo Odebrecht faltou com a verdade.
Também
são falsas as acusações de que Dilma Rousseff tenha tomado qualquer
decisão para beneficiar diretamente a Odebrecht ou mesmo qualquer outro
grupo econômico. Todas as decisões do seu governo foram voltadas ao
desenvolvimento do país, buscando o bem estar da população, a partir do
programa eleito nas urnas.
Após
meses de insinuações, suspeitas infundadas e vazamentos seletivos de
acusações feitas indevidamente por dirigentes da Odebrecht, finalmente
Dilma Rousseff terá acesso a íntegra das declarações. Não conseguirão
atingir a sua honra e a sua vida pública, porque tais acusações são
mentirosas.
A
presidenta eleita espera que as investigações transcorram com
imparcialidade e transparência, sem acobertamentos políticos ou
direcionamentos para favorecer líderes políticos. A verdade dos fatos
será demonstrada. Não são insinuações ou mentiras, lançadas por
empresários ou executivos de uma construtora, que esconderão ou mesmo
distorcerão os fatos. A verdade vai triunfar, apesar dos ataques.
ASSESSORIA DE IMPRENSA
DILMA ROUSSEFF
DILMA ROUSSEFF
Mercadante
Nota
A
presidenta da República jamais me delegou responsabilidade para tratar
sobre assuntos referentes à Operação Lava-Jato, sendo o acompanhamento
jurídico deste tema realizado pelo governo pelo Ministério da Justiça,
CGU e AGU.
No
início de 2015, o Sr. Marcelo Odebrecht esteve no Palácio do Planalto,
ocasião em que a chefia de gabinete da Presidência solicitou à Casa
Civil que o recebesse. Neste encontro, o Sr. Marcelo Odebrecht
apresentou um resumo técnico - jurídico em contestação à decisão
administrativa da Petrobrás, de 30 de dezembro de 2014, de suspender
todos contratos com 23 fornecedores da empresa, incluindo todo o grupo
Odebrecht. A contestação argumentava sobre a ilegalidade do ato
administrativo da Petrobrás por não estar ancorado em decisão judicial e
pela abrangência que poderiaimpactar todas empresas do grupo.
Manifestou grande preocupação com a Lei Anticorrupção que poderia
ampliar esta atitude para toda a administração pública e estatais, mesmo
as que não eram investigadas, ameaçando a estabilidade financeira da
empresa e o emprego de 150 mil trabalhadores.
Não
cabia ação específica do governo e encaminhei o parecer para o novo
presidente da Petrobrás Ademir Bendine, pois já haviam recursos
jurídicos de várias empresas contra esta decisão na Petrobrás ena
Justiça.
Não
houve qualquer iniciativa da PGR em relação a este episódio, que está
na competência das atividades da Casa Civil. Estou à inteira disposição
das autoridades competentes para quaisquer novos esclarecimentos.
Assessoria Mercadante
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