'MOONLIGHT' GRANDE VENCEDOR DO OSCAR 2017
"Moonlight" foi escolhido melhor filme do Oscar após confusão com os
apresentadores Faye Dunaway e Warren Beatty, que anunciaram o vencedor
errado. Os atores apresentavam a categoria final, neste domingo (26), e
disseram que "La La Land" havia levado a estatueta, após erro da
organização do evento.
A equipe subiu ao palco para receber o prêmio. Após 2 minutos e 23
segundos, foi informada do erro e esclareceu que o vencedor era
"Moonlight". Beatty e Faye estavam, na verdade, com o envelope da
vencedora de Melhor Atriz (Emma Stone, de "La La Land").
Ao abrir o envelope, Beatty ficou olhando para o papel com o nome do
vencedor, como se algo estivesse errado. Ele ficou 20 segundos sem saber
o que fazer: a plateia pensou que era uma brincadeira. Até deu risada. O
ator de 79 anos é conhecido pelo bom humor.
Então, Faye pegou o papel da mão do ator e leu: "La La Land". Foi
quando a equipe do filme se abraçou e foi receber a estatueta. Os
produtores (Fred Berger, Jordan Horowitz e Marc Platt) discurssaram, mas
foram avisados da confusão. "Há um erro, 'Moonlight', caras, vocês
ganharam melhor filme. Isso não é uma brincadeira, acho que eles leram a
coisa errada", disse Horowitz.
"Moonlight" levou ainda a estatueta de roteiro adaptado e de ator coadjuvante, para Mahershala Ali. "La La Land: Cantando Estações" ganhou seis prêmios: atriz, diretor, música original, trilha sonora, fotografia e design de produção. Damien Chazelle se tornou o mais jovem a ganhar como diretor. Casey Affleck levou o Oscar de ator por "Manchester à Beira-mar", filme que ganhou também a estatueta de roteiro original.
Moonlight
"Moonlight: Sob a luz do luar" se tornou o Melhor Filme do Oscar neste
ano ao narrar o crescimento de um garoto negro na periferia de Miami,
nos Estados Unidos, que enfrenta desafios relacionados a sua raça e
sexualidade. Mesmo sem estrelas e com uma narrativa simples e direta, o
filme independente escrito e dirigido por Barry Jenkins foi colecionando
prêmios e elogios.
A vitória mostrou também uma nova mentalidade da Academia de Artes e
Ciência Cinematográficas de Hollywood, após a péssima repercussão da
campanha #OscarSoWhite (#OscarMuitoBranco), que criticava a ausência de
artistas negros no Oscar de 2016. Neste ano, a premiação bateu o recorde
com o maior número de negros indicados: 20.
Coadjuvantes: discursos poderosos
Favoritíssimos, Viola Davis ("Um limite entre nós") e Mahershala Ali
("Moonlight: Sob a luz do luar") ganharam como coajuvantes. Fizeram
discursos poderosos e emocionados.
"Quando me perguntam que papéis eu quero interpretar, eu digo 'dessas
pessoas que não sabem o que é poder sonhar, poder atingir seus sonhos'",
disse a atriz. "Viola Davis foi indicada a um Emmy por esse discurso",
brincou o apresentador Jimmy Kimmel.
Protestos contra Trump (e a favor)
O Oscar também teve protestos. Uma fita azul foi usada por celebridades como a atriz Ruth Negga no tapete vermelho do Oscar. Eles apoiam a União Americana pelas Liberdades Civis, que se opõe a Donald Trump. Também antes da premiação, apoiadores do presidente americano protestaram contra a "elite de Hollywood" perto do Teatro Dolbly.
Trump também foi citado por Kimmel. "Já estamos em duas horas do prêmio
e Donald Trump não twittou sobre a gente até agora. Estou ficando
preocupado", disse ele, que pegou o celular e botou a imagem do perfil
de Trump no Twitter no telão da premiação.
O diretor do melhor filme estrangeiro "O apartamento", o iraniano
Asghar Farhadi, mandou uma carta. Nela, ele explicou que não foi ao
Oscar em respeito à população do seu país e a outros imigrantes que não
podem mais entrar nos Estados Unidos após o banimento a muçulmanos
imposto por Trump.
Diretor mais novo, filme mais longo
Premiado como Melhor Diretor, Damien Chazelle se tornou o mais jovem a
levar o prêmio, com 32 anos e um mês. "Quero agradecer Ryan e Emma por
darem vida a este filme", disse Damien Chazelle. "Quero agradecer a
minha família por sempre acreditarem em mim. E agradeço a Olivia. É um
filme sobre amor e fico feliz por ter encontrado o amor fazendo este
filme".
Outro recordista da noite foi "O.J.: Made in America". Com 7 horas e 47 minutos de duração, ele ganhou como Melhor Documentário.
O filme superou "Guerra e Paz", longa russo que ganhou o Oscar de filme
estrangeiro em 1969, com 7 horas e 7 minutos de duração.
Outra curiosidade deste ano foi que o "homem mais azarado do Oscar" finalmente ganhou. Após 20 indicações sem vitória, o engenheiro de som Kevin O'Connel foi premiado por seu trabalho em "Até o último homem".
Veja os premiados do Oscar 2017 em negrito:
Melhor Filme
- "Moonlight: Sob a luz do luar"
- "La la land: Cantando estações"
- "A chegada"
- "Até o último homem"
- "Estrelas além do tempo"
- “Lion: Uma jornada para casa”
- "Um limite entre nós"
- "A qualquer custo"
- "Manchester à beira-mar"
Melhor atriz
- Emma Stone ("La La Land - Cantando estações")
- Natalie Portman ("Jackie")
- Meryl Streep ("Florence: Quem é essa mulher?")
- Ruth Negga (“Loving“)
- Isabelle Huppert ("Elle")
Melhor ator
- Casey Affleck (“Manchester a beira mar”)
- Denzel Washington (“Um limite entre nós”)
- Ryan Gosling (“La La Land – Cantando estações”)
- Andrew Garfield (“Até o Último Homem”)
- Viggo Mortensen (“Capitão Fantástico")
Melhor diretor
- Damien Chazelle ("La la land: Cantando estações")
- Dennis Villeneuve ("A chegada")
- Mel Gibson ("Até o último homem")
- Kenneth Lonergan ("Manchester à beira-mar")
- Barry Jenkins ("Moonlight: Sob a luz do luar")
Melhor ator coadjuvante
- Mahershala Ali ("Moonlight: Sob a luz do luar")
- Jeff Bridges ("A qualquer custo")
- Lucas Hedges ("Manchester à beira-mar")
- Dev Patel (“Lion: Uma jornada para casa”)
- Michael Shannon ("Animais noturnos")
Melhor atriz coadjuvante
- Viola Davis ("Um limite entre nós")
- Naomi Harris ("Moonlight: Sob a luz do luar")
- Nicole Kidman (“Lion: Uma jornada para casa”)
- Octavia Spencer ("Estrelas além do tempo")
- Michelle Williams ("Manchester à beira-mar")
Melhor roteiro original
- Kenneth Lonergan ("Manchester à beira-mar")
- Damien Chazelle ("La la land: Cantando estações")
- Taylor Sheridan ("A qualquer custo")
- Yorgos Lanthimos e Efthimis Filippou ("O lagosta")
- Mike Mills ("20th century woman")
Melhor roteiro adaptado
- Barry Jenkins ("Moonlight: Sob a luz do luar")
- Luke Davies ("Lion: Uma jornada para casa")
- August Wilson ("Um limite entre nós")
- Allison Schroeder e Theodore Melfi ("Estrelas além do tempo")
- Eric Heisserer ("A chegada")
Melhor fotografia
- Linus Sandgren ("La la land: Cantando estações")
- Bradford Young ("A chegada")
- James Laxton ("Moonlight: Sob a luz do luar")
- Rodrigo Prieto ("Silêncio")
- Greig Fraser ("Lion: Uma jornada para casa")
Melhor animação
- "Zootopia"
- "Kubo e as cordas mágicas"
- "Moana: Um mar de aventuras"
- "Minha vida de abobrinha"
- "A tartaruga vermelha"
Melhor filme em língua estrangeira
- "O apartamento" – Irã
- "Terra de minas" – Dinamarca
- "Um homem chamado Ove" – Suécia
- "Tanna" – Austrália
- "Toni Erdmann" – Alemanha
Melhor documentário
- "O.J. Made in America"
- "Fogo no mar"
- "Eu não sou seu negro"
- "Life, animated"
- "A 13ª Emenda"
Melhor edição
- John Gilbert ("Até o último homem")
- Joe Walker ("A chegada")
- Jake Roberts ("A qualquer custo")
- Tom Cross ("La la land: Cantando estações")
- Nate Sanders e Joi McMillan ("Moonlight: Sob a luz do luar")
Melhor design de produção
- "La la land: Cantando estações"
- "A chegada"
- "Animais fantásticos e onde habitam"
- "Ave, Cesar!"
- "Passageiros"
Melhor cabelo a maquiagem
- Alessandro Bertolazzi, Giorgio Gregorini e Christopher Nelson ("Esquadrão Suicida")
- Eva Bahr e Love Larson ("Um homem chamado Ove")
- Joel Harlow e Richard Alonzo ("Star Trek: Sem fronteiras")
Melhor figurino
- Colleen Atwood ("Animais fantásticos e onde habitam")
- Joanna Johnston ("Allied")
- Consolata Boyle ("Florence: Quem é essa mulher?")
- Madeline Fontaine ("Jackie")
- Mary Zophres ("La la land: Cantando estações")
Melhores efeitos visuais
- Robert Legato, Adam Valdez, Andrew R. Jones and Dan Lemmon ("Mogli: O menino lobo")
- Craig Hammack, Jason Snell, Jason Billington e Burt Dalton ("Deepwater horizon")
- Stephane Ceretti, Richard Bluff, Vincent Cirelli e Paul Corbould ("Doutor Estranho")
- Steve Emerson, Oliver Jones, Brian McLean e Brad Schiff ("Kubo e as cordas mágicas")
- John Knoll, Mohen Leo, Hal Hickel e Neil Corbould ("Rogue One: Uma história Star Wars")
Melhor canção original
- "City of stars" ("La la land: Cantando estações"); música de Justin Hurwitz e letra de Benj Pasek e Justin Paul
- "Audition (The fools who dream)" ("La la land: Cantando estações"); música de Justin Hurwitz e letra de Benj Pasek e Justin Paul
- "Can't stop the feeling" ("Trolls"); música e letra de Justin Timberlake, Max Martin e Karl Johan Schuster
- "The empty chair" ("Jim: The James Foley Story"); música e letra de J. Ralph e Sting
- "How far I'll go" ("Moana: Um mar de aventuras"); música e letra Lin-Manuel Miranda
Melhor trilha sonora
- Micha Levi ("Jackie")
- Justin Hurwitz ("La la land: Cantando estações")
- Nicholas Britell ("Moonlight: Sob a luz do luar")
- Thomas Newman ("Passageiros")
- Dustin O'Halloran e Hauschka ("Lion: Uma jornada para casa")
Melhor edição de som
- Sylvain Bellemare ("A chegada")
- Renée Tondelli ("Deepwater horizon")
- Robert Mackenzie e Andy Wright ("Até o último homem")
- Ai-Ling Lee and Mildred Iatrou Morgan ("La la land: Cantando estações")
- Alan Robert Murray e Bub Asman ("Sully: O herói do rio Hudson")
Melhor mixagem de som
- Kevin O'Connell, Andy Wright, Robert Mackenzie e Peter Grace ("Até o último homem")
- Bernard Gariépy Strobl e Claude La Haye ("A chegada")
- Andy Nelson, Ai-Ling Lee and Steve A. Morrow ("La la land: Cantando estações")
- David Parker, Christopher Scarabosio e Stuart Wilson ("Rogue One: Uma história Star Wars")
- Greg P. Russell, Gary Summers, Jeffrey J. Haboush e Mac Ruth ("13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi")
Melhor curta-metragem
- "Sing"
- "Ennemis Intérieurs"
- "La femme et le TGV"
- "Silent night"
- "Timecode"
Melhor curta-metragem de animação
- "Piper"
- "Blind Vaysha"
- "Borrowed time"
- "Pear Cider and Cigarettes"
- "Pearl"
Melhor documentário em curta-metragem
- "The white helmets"
- "Extremis"
- "41 miles"
- "Joe's violin"
- "Watani: My homeland"
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