sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

AS FAMÍLIAS QUE CUIDEM DOS SEUS DEFICIENTES MENTAIS. ESTA É A ORDEM DO GOVERNO DO PT:

50 anos depois, Afrânio Peixoto perde função psiquiátrica e será apêndice do HGVC

Fábio Sena (Diário Conquistense)  - Somente depois da repercussão negativa dos boatos é que a Secretaria de Saúde do Estado resolveu prestar esclarecimentos.
O suposto fechamento do Hospital Especializado Afrânio Peixoto – há 50 anos referência em psiquiatria em Vitória da Conquista e região sudoeste – dominou a pauta da imprensa local e dos espaços políticos desde que os primeiros rumores ganharam as ruas. O temor generalizado era de que o Governo do Estado simplesmente fechasse a unidade, deixando à mercê da sorte pacientes de mais de duzentos municípios que buscam atendimento no Afrânio Peixoto.
Somente depois da repercussão negativa dos boatos é que a Secretaria de Saúde do Estado resolveu prestar esclarecimentos públicos sobre o tipo de intervenção a ser realizado no hospital, que servirá de “referência” para o Hospital Geral de Vitória da Conquista, com leitos de enfermaria e centro cirúrgico para pequenos procedimentos. Ainda segundo a Sesab, a unidade será completamente reformado. Enquanto isso, para que haja descontinuidade no atendimento psiquiátrico na região, leitos da especialidade serão abertos no HGVC.
“Haverá ainda uma estruturação do serviço ambulatorial na Unidade de Saúde Crescêncio Silveira. Além disso, há expectativa de que serviços municipais, como os centros de Atenção Psicossocial (Caps) e unidades básicas de saúde, absorvam algumas demandas”, esclareceu o governo em nota, acrescentando ainda que a Política de Saúde Mental no Brasil promove a redução programada de leitos psiquiátricos de longa permanência, incentivando que as internações psiquiátricas, quando necessárias, se deem no âmbito dos hospitais gerais e que sejam de curta duração.
“Além disso, essa política visa à constituição de uma rede de dispositivos diferenciados que permitam a atenção ao portador de sofrimento mental no seu território, a desinstitucionalização de pacientes de longa permanência em hospitais psiquiátricos e, ainda, ações que permitam a reabilitação psicossocial por meio da inserção pelo trabalho, da cultura e do lazer”.
Comissão de Saúde 
O assunto foi objeto de reunião na manhã desta quinta-feira, 16, entre a Comissão de Saúde e Assistência Social da Câmara de Vereadores – composta por Viviane Sampaio (PT), presidente, Cícero Custódio (PSL) e Adinilson Pereira (PSB) com a diretora administrativa da unidade, Heliana Ribeiro, que, ao ser indagada sobre o fechamento do Hospital, afirmou não haver documento “até o momento” oficializando o encerramento das atividades, deixando claro que a única informação oficial sobre o assunto de que dispõe é a nota oficial da Sesab que circula nos meios de imprensa. Segundo ela, há um parecer técnico sobre o assunto, que foi entregue ao secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas, pela diretora-geral do hospital, enfermeira Lygia Matos, em reunião ocorrida em Salvador na manhã desta quinta-feira, 16. Uma cópia do documento foi entregue à Comissão de Saúde da Câmara.
No parecer, são evidenciados os serviços prestados no hospital, como atendimento a emergências psiquiátricas, consultas eletivas multidisciplinares (médicas, psicológicas, farmacêuticas, de enfermagem e serviço social), visitas domiciliares, reuniões com familiares, terapia ocupacional, laudos psiquiátricos, internamentos e internações compulsórias. Por mês, no hospital são realizadas 2 mil consultas médicas, 800 consultas com auxiliar de enfermagem, 600 consultas com enfermeiro (a), 300 consultas com farmacêutico, 90 atendimentos psicológicos e 60 consultas com assistente social.  Além disso, por ano o hospital realiza 120 laudos periciais cíveis, auxiliando as comarcas da região de Vitória da Conquista.

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