'O povo vai governar esta nação novamente', prometeu. Na presença de quatro ex-presidentes - um deles de seu partido - discurso repetiu tom agressivo da campanha, com críticas aos políticos. Posse foi assistida por milhares de apoiadores, mas capital americana também teve protestos.
Donald John Trump, 70, tomou posse nesta sexta-feira (20) como o 45º
presidente dos Estados Unidos, sucedendo Barack Obama com discurso
nacionalista e crítico à classe política, no mesmo tom que marcou sua
campanha eleitoral.
Ele prestou juramento diante do Capitólio, em Washington, e discursou
em seguida. Na presença de quatro de seus antecessores -- um deles
republicano -- Trump disse que a cerimônia tinha um significado especial
porque está transferindo o poder de Washington e o levando de volta ao
povo. Por muito tempo, um grupo pequeno na capital dominou as decisões e
o poder, e a população não foi beneficiada, afirmou. "O povo vai
governar esta nação novamente", prometeu.
O presidente enfatizou sua visão de colocar os interesses de seu país
como prioridade: "Buscamos amizade e boa vontade com as nações do mundo,
mas o fazemos com o entendimento de que é direito das nações botar seus
interesses em 1º lugar. Não procuramos impor nosso modo de vida a
ninguém, mas o deixamos brilhar como um exemplo. Nós brilharemos para
todos seguirem". Logo após discursar, ele assinou uma ordem criando o
"Dia Nacional do Patriotismo".
Veja alguns destaques da fala de Trump:
- Disse que "o povo vai governar esta nação novamente"
- "Juntos, vamos determinar o curso da América e do mundo por muitos, muitos anos que virão"
- "Buscamos amizade e boa vontade com as nações do mundo, mas o fazemos com o entendimento de que é direito das nações botar seus interesses em 1º lugar. (..) Nós brilharemos para todos seguirem"
- Prometeu erradicar o terrorismo radical islâmico da face da Terra
- Prometeu investimento em infra-estrutura
- Prometeu gerar empregos
- Disse que nada pode parar a América quando está unida
- Disse que os EUA defenderam fronteiras de outros países com seus militares, e não protegeram as suas próprias
Trump disse que as vitórias dos poderosos no passado não foram as
vitórias do povo. "Havia pouco para ser celebrado pelas famílias pelo
nosso país. Isso tudo muda, começando aqui e agora. Porque este momento é
o momento de vocês, pertence a vocês", discursou.
"O que realmente importa não é que partido controla o governo, mas se o
governo é controlado pelo povo", diz Trump. "Os homens e mulheres
esquecidos de nosso país não serão mais esquecidos. Todos estão ouvindo
vocês agora".
O novo presidente afirmou que os EUA defenderam as fronteiras de outros
países com seus militares, e se recusou a proteger as suas próprias,
além de terem gasto bilhões de dólares no exterior, enquanto havia
muitos problemas internos.
Voltou também a falar sobre as fábricas que fecharam no país, sem
pensar nos milhões de trabalhadores americanos que foram deixados para
trás.
Em partes da fala, o novo presidente assumia um tom de campanha,
dizendo que gerará empregos, construirá estradas e viadutos. "Quando a
América está unida, nada pode pará-la!", defendeu. Para encerrar, Trump
repetiu o slogan de sua campanha, "Make America great again" ("tornar a América grande novamente").
Trump foi eleito em 8 de novembro de 2016,
quando conquistou a maioria do colégio eleitoral, embora sua
adversária, a democrata Hillary Clinton, tenha tido mais votos
populares. O resultado final contrariou pesquisas, surpreendeu analistas
e a imprensa norte-americana, que até o começo da apuração dava como
praticamente certa a vitória de Hillary.
"Estou aqui hoje para honrar nossas democracia e nossos valores
duradouros. Nunca deixarei de acreditar no nosso país e seu futuro",
disse Hillary por meio do Twitter, momentos antes de seu rival assumir.
Polêmico
Com um discurso direto e muitas vezes agressivo, Trump foi um dos mais
polêmicos candidatos à Casa Branca e se envolveu em discussões com
diversos grupos e indivíduos ao longo de quase um ano de campanha. Ainda
assim, derrotou outros 14 pré-candidatos de seu partido na disputa pela vaga para concorrer à presidência.
Votado por 47,01% dos eleitores,
Donald Trump terá que encarar a divisão – e uma enorme desconfiança –
da população desde o início de seu mandato. Segundo levantamento da CNN,
ele assume o cargo com uma taxa de popularidade de apenas 40%,
menos do que a metade da de seu antecessor, Barack Obama, que se tornou
presidente com um índice de 84%. Além disso, ele também é menos popular
do que George W. Bush e Bill Clinton, segundo a mesma pesquisa.
Seguindo o tom da época de campanha, Trump desdenhou desses números
dias antes da posse, expressando-se através de seu perfil no Twitter:
"As mesmas pessoas que fizeram as falsas pesquisas eleitorais, e estavam
tão erradas, estão agora fazendo pesquisas de taxa de aprovação. Eles
estão sendo parciais como antes", reclamou.
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