terça-feira, 13 de dezembro de 2016

MAS... FORAM DOIS RELÓGIOS!!!???

'Guardei e nunca usei', diz Jaques Wagner sobre relógio dado por diretor da Odebrecht

Petista afirmou em entrevista que presente não serviu para comprá-lo

Jaques Wagner - Givaldo Barbosa/Ag. O Globo
RIO - Jaques Wagner (PT-BA), ex-ministro da Casa Civil no governo Dilma Rousseff, confirmou nesta segunda-feira que ganhou um relógio de Cláudio Filho, ex-diretor da Odebrecht. Filho disse em delação premiada ter dado de presente a Wagner dois relógios, que totalizariam mais de R$ 80 mil, no aniversário do petista. Também afirmou que o ex-governador da Bahia atendia aos pleitos da empreiteira mediante doação para suas campanhas eleitorais e do seu sucessor no cargo, Rui Costa, também petista. Perguntado em entrevista à Rádio Metrópole, da Bahia, sobre o depoimento do ex-diretor da empreiteira, Jaques Wagner afirmou que nunca utilizou o presente:
- Eu acho uma cretinice dele. Se eu fiz aniversário e ele me deu um presente, eu não vou ficar perguntando ao cara quanto custou - disse ele, ressaltando que considera o presente de Cláudio Melo "pessoal":
- Guardei e nunca usei, porque eu uso outro tipo de relógio. Mas, se o cara me deu de presente, vou fazer o quê? - perguntou o baiano.
Ele declarou ainda que houve várias tentativas da Odebrecht de conseguir vantagens enquanto ele foi governador da Bahia, mas que nunca cedeu.
- Se era para me comprar, deu com os burros n'água - afirmou.
O ex-ministro também criticou os vazamentos de informações sobre as investigações da Lava-Jato.
- Isso tinha que ser guardado, investigado, e vir à tona quando já estivesse tudo esclarecido. Mas aqui, virou um circo.

SEGUNDO DELATOR, WAGNER GANHOU DOIS RELÓGIOS

Cláudio Filho, em delação premiada, mencionou dois relógios dados como presentes de aniversário a Wagner. Em março de 2012, o petista recebeu um relógio da marca Hublot, modelo Oscar Niemeyer, que tem no fundo uma imagem do Congresso Nacional, e cujo preço é US$ 20 mil (R$ 67,4 mil). O outro relógio presenteado, de marca Corum, vale US$ 4 mil (R$ 13,5 mil).
Wagner recebeu o codinome de "Polo", como era tratado nas mensagens da Odebrecht e na planilha de repasses. No início das relações entre as partes, em 2006, os dirigentes da Odebrecht não tinham grande confiança em Wagner, segundo Cláudio Filho. Entretanto, o ex-ministro obteve reconhecimento da empreiteira ao longo de seu mandato como governador da Bahia por demonstrar "atenção" aos pedidos da empresa.
"A atenção demonstrada por Jacques Wagner aos temas que eram de interesse da Odebrecht reforçou a sua imagem no grupo e qualificou-o como beneficiário de melhores recebimentos financeiros. O próprio Jacques Wagner fez questão de encaminhar esse pedido de apoio financeiro mais qualificado, apoiando-se na cuidadosa atenção que demonstrou aos nossos pleitos ao longo do seu primeiro mandato como governador da Bahia", disse o ex-diretor da Odebrecht.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/brasil/guardei-nunca-usei-diz-jaques-wagner-sobre-relogio-dado-por-diretor-da-odebrecht-20633354#ixzz4SiilPvwL
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