'Guardei e nunca usei', diz Jaques Wagner sobre relógio dado por diretor da Odebrecht
Petista afirmou em entrevista que presente não serviu para comprá-lo
- Guardei e nunca usei, porque eu uso outro tipo de relógio. Mas, se o cara me deu de presente, vou fazer o quê? - perguntou o baiano.
Ele declarou ainda que houve várias tentativas da Odebrecht de conseguir vantagens enquanto ele foi governador da Bahia, mas que nunca cedeu.
- Se era para me comprar, deu com os burros n'água - afirmou.
O ex-ministro também criticou os vazamentos de informações sobre as investigações da Lava-Jato.
- Isso tinha que ser guardado, investigado, e vir à tona quando já estivesse tudo esclarecido. Mas aqui, virou um circo.
Cláudio Filho, em delação premiada, mencionou dois relógios dados como presentes de aniversário a Wagner. Em março de 2012, o petista recebeu um relógio da marca Hublot, modelo Oscar Niemeyer, que tem no fundo uma imagem do Congresso Nacional, e cujo preço é US$ 20 mil (R$ 67,4 mil). O outro relógio presenteado, de marca Corum, vale US$ 4 mil (R$ 13,5 mil).
Wagner recebeu o codinome de "Polo", como era tratado nas mensagens da Odebrecht e na planilha de repasses. No início das relações entre as partes, em 2006, os dirigentes da Odebrecht não tinham grande confiança em Wagner, segundo Cláudio Filho. Entretanto, o ex-ministro obteve reconhecimento da empreiteira ao longo de seu mandato como governador da Bahia por demonstrar "atenção" aos pedidos da empresa.
"A atenção demonstrada por Jacques Wagner aos temas que eram de interesse da Odebrecht reforçou a sua imagem no grupo e qualificou-o como beneficiário de melhores recebimentos financeiros. O próprio Jacques Wagner fez questão de encaminhar esse pedido de apoio financeiro mais qualificado, apoiando-se na cuidadosa atenção que demonstrou aos nossos pleitos ao longo do seu primeiro mandato como governador da Bahia", disse o ex-diretor da Odebrecht.
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