sexta-feira, 25 de novembro de 2016

ACIDENTE EM CAMAÇARI:

25/11/2016 14h26 - Atualizado em 25/11/2016 16h17

Morre 10ª vítima de explosão em farmácia na Bahia

Tragédia ocorreu em Camaçari, na região metropolitana de Salvador.
Corpos de duas vítimas foram sepultados na manhã desta sexta-feira (25).

Do G1 BA
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Atendimento do Graer e Samu à vítima de incêndio em Camaçari, na Bahia (Foto: Divulgação/Graer)Vítima tinha sido transferida para o HGE por equipes do Graer (Foto: Divulgação/Graer)
Morreu no início da tarde desta sexta-feira (25) uma mulher que estava internada no Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador, vítima da explosão dentro de uma farmácia no município de Camaçari, na região metropolitana. O óbito foi confirmado ao G1 pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
Vilma Conceição Santos, de 40 anos, é 10ª vítima da tragédia. Em entrevista ao G1, o secretário de saúde de Camaçari, Washington Couto, afirmou que recebeu com tristeza a notícia. "Ela estava internada na UTI de queimados do HGE. O estado era muito grave. Nesse momento, lamentamos mais essa morte e nos solidarizamos com a família", afirmou.
Washington destacou que Vilma Conceição, que era funcionária da farmácia, foi inicialmente socorrida para o Hospital Geral de CamaçarI e transferida no mesmo dia por equipes do Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer) para o HGE, em Salvador. "Ela foi a primeira a ser transferida. Estava com corpo bastante comprometido", afirma. O secretário de Saúde disse que ainda não há informações sobre o sepultamento da vítima.
Por meio de nota, a rede de farmácia Pague Menos afirma que outras cinco pessoas estão internadas em estado estável no HGE, três funcionárias e dois clientes. Outros dois pacientes, que também são funcionários, estão no Hospital Teresa de Lisieux em estado estável.
Marido se despera em sepultamento da mulher em Camaçari (Foto: Juliana Almirante / G1)Marido se despera em sepultamento da mulher
em Camaçari (Foto: Juliana Almirante / G1)
Sepultamento
Dor e indignação de amigos e familiares marcaram o sepultamento da auxiliar de depósito Cristiana do Nascimento Souza, de 39 anos, no final da manhã desta sexta-feira.
Durante a cerimônia de sepultamento, que ocorreu no cemitério Jardim da Eternidade, o companheiro da vítima ficou desesperado e foi confortado por amigos. Em estado de choque, não concedeu entrevistas.
Já o irmão dela destacou que a alegria era a característica mais marcante de Cristiana. "Era uma pessoa tudo de bom. Ela sempre foi muito brincalhona e feliz", relatou Carlos Alberto Nascimento.
A vítima foi contratada há cinco meses para trabalhar na farmácia que foi lugar da tragédia. Segundo a amiga e vizinha, Eliane Santos, ela estava feliz  com a oportunidade de emprego. "Ela estava feliz que estava empregada, trabalhando. Estava muito feliz no trabalho e na família. A lembrança que vamos ter dela é desse sorriso no rosto", relatou.
Sepultamento ocorreu em Camaçari, na região metropolitana (Foto: Juliana Almirante / G1)Sepultamento ocorreu em Camaçari, na região
metropolitana (Foto: Juliana Almirante / G1)
A prima Auzivânia Batista, de 43 anos, manifestou indignação com a morte. "Nesse momento, a família está consternada. Ela era uma menina boa que teve os sonhos interrompidos por essa irresponsabilidade. Até que se prove o contrário, foi um irresponsabilidade", afirma.
O corpo de Cristiana foi o último a ser resgatado da farmácia pelos Bombeiros. Segundo familiares, ela não foi atingida pelas chamas do incêndio, mas foi soterrada pelos escombros de parte do teto, que desabou. A vítima não tinha filhos.
Mais cedo, no mesmo cemitério, foi enterrada a primeira vítima da tragédia, Tatiane Ribeiro Mendes. Os familiares contam que a vítima trabalhava como atendente na farmácia atinginda pelo incêndio.
Identificação
Outros sete corpos ainda não foram identificados pelo DPT. Segundo o perito e diretor do Instituto Médico Legal (IML) de Salvador, Mário Câmara, inicialmente, dos outros corpos, seis também são femininos e, conforme o perito, entre eles, está o de uma menina de 9 anos e o da mulher encontrada abraçada a ela. O nono corpo ainda não teve o sexo identificado.
Câmara informou que todos os corpos possuem sinais de traumas causados pela explosão e pela queda da laje. De acordo com o perito, a identificação deve ser tentada pela arcada dentária ou pelas digitais das vítimas. Caso não seja possível, precisará ser feito o exame de DNA, que é mais demorado.
Já com relação aos feridos, as 14 vítimas que estavam internadas em hospitais de SalvadorCamaçari, seis já receberam alta. Ainda permanecem internados no Hospital Geral do Estado, na capital baiana: Joelma Bispo Couto, 40 anos; Fabiana Silva do nascimento, 35 anos; Mariana dos Santos de Santana, de 32 anos; Valmor Moura de Vasconcelos, 39 anos; Vilma Conceição dos Santos, 40 anos e Cristiane da Silva Matos, 30 anos. Não há detalhes sobre o estado de saúde deles.
Já Luís Fernando Gonçalves de Miranda, de 29 anos e Rubem Gama, 24 anos, estão internados nos Hospital Tereza de Lisieux, também na capital baiana. Conforme a unidade de saúde, Ferrnando está na UTI, mas com saúde estável e Rubem está consciente e também estável.
Coletiva sobre tragédia em Camaçari que deixou 9 mortos contou com representantes das polícias Civil, Militar e Técnica, além do Corpo de Bombeiros em Salvador. (Foto: Alan Oliveira/G1 BA)Coletiva sobre tragédia em Camaçari que deixou 9
mortos em Salvador (Foto: Alan Oliveira/G1 BA)
Causa da explosão
Na quinta-feira, a Polícia Civil informou em coletiva que a tragédia na farmácia foi causada por uma explosão de gás. A delegada que investiga o caso, Taís Siqueira, disse que apesar da confirmação da motivação do acidente, ainda não é possível detalhar que tipo de gás causou a explosão, porque a situação é recente e a perícia ainda está em andamento no local.
Segundo a delegada, até então, apenas uma pessoa que sobreviveu ao acidente foi ouvida, uma das funcionárias da farmácia, que trabalhava no caixa do estabelecimento e havia acabado de começar a trabalhar no momento da explosão.
Conforme a delegada, em depoimento, a vítima relatou que estava almoçando no primeiro andar do prédio, local onde estava sendo realizada uma obra de manutenção por conta de infiltrações, quando, às 13h35, desceu para começar a trabalhar. Segundo a delegada, a mulher contou que assim que chegou no caixa onde iria começar o expediente, houve a explosão e o incêndio começou.
Caso
O incêndio atingiu o local por volta das 13h50 da quarta-feira. Segundo testemunhas que trabalham na região próxima à farmácia, o fogo teria sido causado pela explosão de um botijão de gás que estava no interior do estabelecimento. Após a explosão, o teto do imóvel teria caído e atingido clientes e funcionários da farmácia. Os bombeiros informaram, no entanto, que uma perícia será realizada no local e deverá indicar as causas do acidente.

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