quarta-feira, 12 de outubro de 2016

COLUNISTA VIP:


HOMENÁGEM À PROFESSORA
NADIR CHAGAS DE BENEDICTIS
 
HOJE, 12 DE OUTUBRO MINHA MÃE COMEMORARIA 108 ANOS DE NASCIMENTO - EM SUA HOMENÁGEM E A TODOS DA FAMÍLIA, DEDICO ESTE TEXTO NESTE DIA DE FESTA. DIA DA CRIANÇA. QUE MINHA MÃE ESTEJA EM PAZ, UMA VEZ QUE CUMPRIU SUA BELA MISSÃO AQUI NO PLANETA, FORMANDO CARÁTERES E TRAZENDO À LUZ AQUELES QUE VIVIAM NAS TREVAS DO ANALFABETISMO. SAUDADES, MÃE!
 
 
 
 
Ricardo De Benedictis
www.bcidadeemfoco.blogspot.com.br
BIOGRAFIA DA PROFESSORA
NADIR CHAGAS DE BENEDICTIS

* 12 – 10 – 1908 +14-02-1967

Nadir Chagas De Benedictis, nasceu em Salinas da Margarida, Bahia, no dia 12 de outubro de 1908. Seu nome de batismo é Nadir Alves Chagas. Filha de Manoel Ricardo das Chagas e D. Josepha Alves Chagas. Seu pai, o Cel. Manoel Ricardo Chagas, era gerente da Companhia Salinas da Margarida, de propriedade do Comendador Campos, figura proeminente no mundo político da Capital da Bahia, no início do século XX. Sua mãe, era da cidade de Lençóis, nas Lavras Diamantinas e foi a segunda esposa do Cel. Manoel Ricardo, que era viúvo. Nadir formou-se em Salvador, No Colégio Nossa Senhora dos Perdões, no bairro de Santo Antonio Além do Carmo.

Ao formar-se, seu pai faleceu e ela teve que assumir a função de professora, para cumprir seu mister. Por indicação do Prof. Anísio Teixeira, veio para o Município de Poções, com uma carta de recomendação ao então Tabelião de Notas - Saturnino Luiz de Macedo, que, por sua vez, apresentou-a a Fulgêncio Silva e família, onde ela passou a residir por dois anos.

Aos 19 anos de idade, logo após a formatura, chegava ao Arraial dos Maninhos, a primeira professora formada para lecionar em Poções, a Profª Nadir Alves Chagas, Didi para a família Lago Silva, de quem foi professora e hóspede, professora Didi para os alunos e para a comunidade. Enérgica e simples, bonita e muito segura de si, em pouco tempo conquistou a simpatia de todos e o coração do comerciante italiano Massimo Antonio De Benedictis com quem veio a casar-se. O tempo encarregou-¬se de fazer da professora Didi um exemplo sempre citado de abnegação e amor ao trabalho.

Quando por força dos interesses do seu esposo, passou a morar na sede do Município de Poções já era mãe de três filhos e passou a exercer sua função no Grupo Escolar Alexandre Porfírio, na antiga praça da Liberdade, atual praça da Bandeira, onde deu educação a algumas gerações de poçoenses, muitos dos quais despontaram e despontam nas letras e nas artes, graças à base que tiveram naquele primoroso curso primário, onde o aluno entrava analfabeto e saía expert em gramática. matemática, história. geografia e ciências naturais, com excelentes hábitos e atitudes apreendidoss e assimilados, aptos a enfrentar a vida. Ela se desdobrava para ensinar, tudo o que era necessário ao crescimento intelectual dos seus alunos. Além das matérias do currículo escolar, a prática de esportes, o lazer, jogos lúdicos, peças teatrais, concursos inter-alunos e inter-classes, sabatinas e outras atividades extra-classe que levavam o aluno a desejar aprender para competir com os colegas e, mais tarde, no ambiente de trabalho, quando adultos. Ela fazia do aprendizado individual uma competição que rendia frutos excepcionais no aproveitamento da classe, chegando a trabalhar em três turnos, pois os salários que recebia, enviava para a sua família materna, no Rio de Janeiro. Jamais aceitou um cargo de direção, mas estava sempre pronta a ajudar a dirigir a escola. Costumava dizer: “Gosto mesmo é de ensinar...” Pegava aluno analfabeto e deixava em condições de fazer o Exame de Admissão ao Ginásio. E seus alunos eram sempre aprovados nos colégios de Jequié e Salvador, uma vez que Poções não tinha ainda o curso ginasial.

Em 1952 passou a ensinar em Salvador até aposentar-se. Sua ida para Salvador deveu-se ao fato de ter que acompanhar os filhos que lá estudavam e que moravam em pensionatos.

Em 1962 sofreu a perda do seu marido Massimo De Benedictis com quem conviveu por 33 anos; perda que muito a abalou, passando a ter problemas de saúde. Em 1967, faleceu de causas naturais, aos 59 anos de idade.

A Profª Nadir Teve dez filhos; sete mulheres e três homens: Ernesto De Benedictis (advogado), que faleceu em 1982. Terezinha (poetisa), reside em Ilhéus. Marilze (professora), faleceu em Salvador em 2002. Olga (funcionária pública aposentada, reside em Salvador); Stella Maria (professora e poetisa); Nadir (faleceu em 2010, em Salvador. Ricardo De Benedictis(jornalista, escritor, poeta e músico), reside em Vitória da Conquista onde editou os jornais OPINIÃO e Tribuna de Poções e livros e edita livros e blogs; Carlos Alberto (funcionário público aposentado, reside em Salvador); Nancy (de prendas domésticas, reside em Esplanada) e Rosa Maria (funcionária pública,faleceu em 2010, em Salvador).

Em 1981, o Prefeito Octavio José Curvelo (seu ex aluno), inaugurou o prédio escolar que batizou de Nadir Chagas De Benedictis, com mensagem aprovada por unanimidade na Câmara de Vereadores de Poções, numa justa homenagem a quem deu a vida pela educação das crianças poçoenses.

Seu filho mais velho, Dr. Ernesto De Benedictis, foi um dos maiores advogados da Bahia e tem seu nome batizado em uma rua no centro da cidade de Poções, pelos relevantes serviços que prestou à comunidade. Seu 7º filho, Massimo Ricardo De Benedictis é autor do Hino a Poções, aprovado em lei municipal em 2002, que compôs em parceria com o advogado Carlos Alberto Napoli, também seu ex aluno.

Por ocasião das comemorações das Bodas de Prata da Escola Profª Nadir Chagas De Benedictis, dedico este texto à direção e aos alunos deste conceituado estabelecimento de ensino.

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