segunda-feira, 5 de setembro de 2016

ESTE SENHOR NÃO SE EMENDA. QUE SE PASSA, PINHEIRO?

Ex-presidente da OAS volta a ser preso pela Lava Jato, diz PF

Léo Pinheiro cumpre liberdade provisória e foi preso novamente nesta segunda (5). Suposto pagamento de vantagem indevida a Lula foi citado por juiz na decisão.

Adriana Justi, Bibiana Dionísio e Dulcineia NovaesDo G1 PR e da RPC
 
Léo Pinheiro já tinha sido preso pela Lava Jato em novembro de 2014 e estava em liberdade provisória (Foto: Reprodução)
Oitiva é em relação a processo envolvendo ex-ministro Gim Argello (Foto: Reprodução) O ex-presidente da OAS José Aldemário Pinheiro, conhecido como Léo Pinheiro, voltou a ser preso pela Operação Lava Jato na manhã desta segunda-feira (5), em São Paulo. Para o juiz federal Sérgio Moro, há provas de que o empresário agiu para obstruir as investigações.
Léo Pinheiro será levado de carro para a Superintendência da PF, em Curitiba. Às 11h20, ele já tinha saído de São Paulo.
O empresário estava em liberdade provisória e foi alvo de um mandado de condução coercitiva, também nesta segunda, na Operação Greenfield, que investiga irregularidades nos principais fundos de pensão do país.
(Correção: ao ser publicada reportagem errou ao infrmar que Léo Pinheiro estava em prisão domiciliar. Na verdade, ele chegou a ter a prisão domiciliar decretada, mas atualmente estava em liberdade provisória, segundo o advogado Edward de Carvalho. O erro foi corrigido às 11h31 desta segunda-feira). 
O advogado Edward de Carvalho, disse que está analisando os autos e que, por enquanto, não vai se manifestar sobre a prisão. Ele também relatou que vai entrar com um pedido de habeas corpus.
O investigado já tinha sido preso na 7ª fase da Lava Jato, em novembro de 2014 e foi condenado pela Justiça Federal, em primeira instância, a 16 anos e quatro meses de prisão acusado de cometer os crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
No despacho, Moro destacou que tramitam ainda diversas investigações perante a Justiça do Paraná e perante o Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo supostas irregularidades de Léo Pinheiro, especialmente relativas a pagamentos de propinas a agentes públicos e políticos.
Entre elas, a investigação envolvendo suposto pagamento de vantagem indevida ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela OAS, com supervisão direta de José Adelmário Pinheiro Filho, na forma de entrega e reforma de apartamento triplex em empreedimento imobiliário. O ex-presidente Lula nega as acusações.
Trabalhos na CPMI
Ao decidir pela prisão, Moro afirmou ainda que há provas, em cognição sumária, de que Léo Pinheiro teria ordenado o pagamento de propina ao ex-senador Gim Argello para obstrução dos trabalhos de investigação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, em 2014. De acordo com o juiz, foram acertados R$ 5 milhões e, em princípio, foi rastreado documentalmente o pagamento de R$ 350 mil.

Em 28 de agosto, Gim Argello foi interrogado pelo juzi Sérgio Moro e negou ter pedido propina para barrar convocações de empreiteiros investigados na Lava Jato na CPMI. O ex-senador está preso desde abril deste ano, quando a 28ª fase da Lava Jato foi deflagrada.
O juiz disse que o ex-presidente da OAS também coordenou juntamente com Júlio Camargo, colaborador da Lava Jato, ação conjunta entre as empreiteiras envolvidas no esquema criminoso na Petrobras para pagamentos de propina com o intuito de obstruir os trabalhos da CPMI.
"O pagamento de propina a parlamentar federal para impedir o regular funcionamento de Comissão Parlamentar de Inquérito é um claro ato de obstrução à investigação e é um indicativo de que há risco às instruções e investigações pendentes perante este Juízo e perante o Egrégio Supremo Tribunal Federal em relação às condutas de José Adelmário Pinheiro Filho".

Delação suspensa
Pinheiro teve sua delação suspensa pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, após o vazamento de um trecho que estaria no conteúdo da colaboração envolvendo o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ele já tinha assinado um termo de confidencialidade, que é a fase ainda inicial da delação, mas ainda não havia firmado o acordo propriamente dito.
OG1tenta contato com os advogados dos envolvidos.
Mensagens
Em janeiro, o G1 e a TV Globo tiveram acesso a mensagens de celular trocadas entre Léo Pinheiro e diversos interlocutores, que mostravam que a rede de contatos do executivo abrangia integrantes dos três poderes da República – Executivo, Legislativo e Judiciário.
As mensagens estavam em celulares apreendidos pela Polícia Federal e fazem parte das investigações da Lava Jato.
Entre as centenas de mensagens obtidas pela Polícia Federal após a prisão e apreensão dos celulares de Pinheiro, há contatos diretos do empreiteiro com autoridades e referências a políticos em mensagens trocadas com outras pessoas.
Na troca de mensagens, políticos chegam a cobrar o repasse de recursos que teriam sido prometidos pelo ex-presidente da OAS.

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