Novo rebaixamento do Brasil surpreende Planalto, dizem fontes
BRASÍLIA
(Reuters) - O novo rebaixamento do Brasil pela agência de classificação
de risco Standard & Poor’s nesta quarta-feira surpreendeu o Palácio
do Planalto por ter acontecido pouco depois da perda do grau de
investimento pela agência, em setembro de 2015, e pela demonstração de
desconfiança na capacidade do governo em manter o ajuste fiscal,
disseram à Reuters duas fontes palacianas.
“Obviamente
é muito ruim. A gente estava trabalhando com essa possibilidade, mas
não achávamos que viria tão rápido”, disse uma das fontes.
A
Standard & Poor's rebaixou nesta quarta-feira o rating do Brasil
para "BB", de "BB+", alertando para desafios políticos e econômicos
consideráveis, deixando o Brasil ainda mais longe do selo de bom
pagador. [nL2N15W25U]
A
S&P advertiu que pode piorar ainda mais a classificação ao atribuir
a perspectiva negativa ao rating. O rebaixamento, disse a S&P,
reflete a visão de que o perfil do país enfraqueceu desde setembro,
quando a agência tirou o selo de bom pagador do Brasil.
A
informação chegou ao Planalto quando os ministros da Casa Civil, Jaques
Wagner, e da Fazenda, Nelson Barbosa, participavam com outros
ministros, empresários e representantes sindicais do fórum sobre
Previdência no Palácio do Planalto para abrir as discussões sobre uma
reforma no setor.
Assim
que soube, Wagner foi conversar com a presidente Dilma Rousseff.
Barbosa, que deveria participar de uma entrevista ao final do fórum,
preferiu ir embora sem falar com os jornalistas.
A
avaliação do Planalto é de que o novo rebaixamento foi muito rápido e,
de fato, o governo não conseguiu ainda aprovar todas as medidas
necessárias. Acredita, no entanto, que as medidas serão aprovadas, e o
governo poderá mostrar que continuará o ajuste fiscal, ao contrário do
que a agência avaliou.
"A
decisão foi muito apressada. Só cinco meses entre os dois downgrades e,
levando em consideração que tivemos um recesso parlamentar de um mês,
não houve um agravamento do cenário político de lá até aqui", disse a
outra fonte.
A
prioridade agora, segundo essa fonte, é segurar a nota da agência
Moody´s, a única das três grandes –além da S&P, a Fitch também já
rebaixou o Brasil– que ainda mantém o grau de investimento, apesar de
ter em dezembro posto a nota de crédito soberano do país em revisão para
possível rebaixamento.



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