O CAFEZINHO E O CRUCIFIXO
Sérgio Fonseca s.de.fonseca@bol.com.br
Um leão fugido
refugiou-se num dos monumentais prédios da Praça dos Três Poderes, em Brasília.
A cada dois dias ou dia e meio, ele almoçava um ou uma ASPONE. ASPONE é a sigla
de Assessor de Porra Nenhuma, espécie zoológica semi-inteligente, tipo de vida
animal que, depois da ascenção do PT, prolifera nos Três Poderes, como
cogumelos depois da chuva, num pasto bem adubado.
O leão era
discreto, só devorava funcionários de escalão de médio para cima, pois sabia
que dificilmente alguém daria por falta deles. Até que, certo dia, cometeu
engano que lhe foi fatal: comeu o homem que servia o cafezinho. Imediatamente a
falta dele foi sentida; foi procurado em casa e nos seus lugares favoritos,
assim como no seu trabalho. A procura foi fatal para nosso grande felino. Ele
tinha feito uma escolha errada e teve que pagar por isso.
O ex-presidente
Lula, que ao iniciar seus oito anos na presidência, chegou ao Palácio do
Planalto com apenas uma maleta e ao deixar o cargo máximo da nação, ocupou 11
caminhões com sua mudança. Inclusive um dos veículos era refrigerado, pois
levava a fina flor da adega presidencial.Como é que um casal, que chegou com
pequena mudança, oito anos antes, passou a ocupar tantos caminhões?
O jornalista
Guilherme Fiuza foi um dos primeiros a reparar no sumiço da crucifixo que, há
décadas, ornamentava a sala de visitas da Presidência da República. Essa falta
foi igualmente notada pelo economista e matemático Geraldo Almendra, de
Petrópolis, RJ. A partir daí, esse furto foi comentadíssimo entre os
internautas, que chegaram a fazer uma relação de outras coisas desaparecidas.
Ressalte-se que
também foram furtados móveis e utensílios do Palácio, inclusive coleção de
joias raras recebidas do Presidente do Egito e devidamente registradas no acervo
da Presidência da República.
O Palácio da
Alvorada é propriedade do povo brasileiro. O seu inquilino tem posse
temporária, sem a propriedade dos móveis e utensílios existentes ou dos
presentes recebidos de outros governos. Tudo isso pertence ao povo.
Um ano depois dessa
mudança, o Ministério Público se pronunciou, pedindo o bloqueio dos bens do
ex-presidente. Só que, em fevereiro de 2011, já desistiu de saber dos furtos do
ex-inquilino do Palácio da Alvorada. O pior é que a Receita Federal, inexplicavelmente,
também não quer saber. Será que Lula e família não vão cair nunca na malha fina
do governo?
Lula, como
presidente, realizou excelentes feitos. Só que, cada vez mais, vamos
descobrindo muitos malfeitos dele.
A melhor
blindagem para o ex-presidente não são
desmentidos verbais categóricos e sim a comprovação real e objetiva de que ele
é inocente. Só assim ele deixa de correr o risco atual de passar para a
história, de “presidente empreendedor” a “presidente empreendedor e ladrão”. Lula deve esses esclarecimentos ao povo
brasileiro, se quiser recuperar seu conceito de honestidade.


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